Mateus Carrieri falou pela primeira vez sobre a transição de gênero do filho Nico, de 13 anos. No podcast ‘Paternidade.doc’, o ator deu detalhes sobre a relação com o adolescente, que se reconhece como um homem trans. “Está na hora mesmo [de falar sobre o assunto]. Acho que ele sente isso”, diz o ex-participante de ‘A Fazenda’ no programa.
Ele, que também é pai de Kaíke, 36, e Chiara, 14, contou que os filhos sempre tiveram liberdade dentro de casa e que sentiu que “passou em teste” quando a filha do meio assumiu a bissexualidade.
“Isso é natural para mim desde criança. Mas uma coisa é você achar isso natural na casa do vizinho. E o grande teste é quando isso entra para dentro da sua casa, como você vai reagir. Porque tem gente que fala que acha tudo lindo, que está tudo certo, desde que seja na casa do vizinho. Para mim, foi um grande teste para perceber que realmente tenho essa cabeça sem preconceitos”, conta.
Carrieri afirmou que preza pelo caráter e pela educação dos filhos, e que a sexualidade deles não é uma questão para ele. “No começo, elas não falam, não contam tudo logo de cara. Mas você percebe alguns sinais. E quando comecei a perceber, pensei: ‘Está tudo certo, não tem problema nenhum’. Tenho que me preocupar com aquelas coisas que um pai se preocupa: se os filhos são educados, se eles vão bem na escola, se eles te respeitam, se eles têm um bom caráter. Esses tipos de coisas independem da sexualidade, dependem do caráter”, declara. “Só sinto orgulho por eles, são seres humanos legais”, completa.
O ator confessou que ainda se confunde com os pronomes quando se refere ao filho caçula, mas garantiu que vai “comprar a briga” de Nico e protegê-lo.
“Se eles terão um primeiro namoradinho ou namoradinha, não tem a menor importância. Tanto que a Francesca, hoje, é o Nico. E eu estou trabalhando isso na minha cabeça não por ter que aceitá-lo, mas para eu ter que usar a nomenclatura que ele deseja que eu use. Claro que ele também tem que entender quando eu der uma escorregada porque para mim é muito orgânico falar ‘as meninas’, ‘minhas filhas’, e hoje me policio. Ele tem todo o apoio aqui dentro de casa e eu vou comprar a briga dele fora de casa. No que eu puder protegê-lo, eu vou protegê-lo”, finaliza.
