Médico que usou máscara de garrafa pet em recém-nascidos em Jutaí diz que improvisação é comum no interior

O médico Alailson Lisboa, em entrevista concedida, por telefone, nesta quinta-feira, 04, à TV Amazonas, falou sobre a improvisação de duas máscaras de oxigênio, feitas com garrafas pet, e usadas em recém-nascidos no hospital do município de Jutaí (AM), e destacou que a prática de improvisar no interior do Amazonas é comum.

Ao contrário das ironias do governador José Melo que, subliminarmente, insiste, inclusive à programa da TV Amazonas, em atribuir a culpa pela morte de uma das criança ao médico do distante município, Alailson Lisboa ressaltou que, mesmo na hipótese das de máscaras de venturi, em estoque no hospital, estivessem instaladas, a única alternativa ainda seria a improvisação na medida que as mesmas não se adequariam aos rostos pequenos de recém-nascidos.

Ele também criticou as condições de trabalho no interior do Amazonas e disse que é preciso habilidade para driblar a falta de investimentos necessários ao atendimento da população. “É jogar com a sorte, e com o destino”, disse.

A grande dificuldade dos médicos no o interior, segundo ele, é o acesso aos insumos para procedimentos de alta complexidade, como respirador neonato, respirador mecânico, máscara de pressão positiva, entre outros.

bebes pet

Para o governador José Melo, entretanto, o problema estaria solucionado se o médico tivesse usado os recursos do programa tele-medicina e recorrido aos serviços de um especialista.

“No interior do Amazonas para qualquer dor de barriga o governo é acionado com pedido de avião. No caso de Jutaí, uma aeronave tem um custo de R$ 60 mil”, justifica o governador bem ao estilo “Tio Patinhas”

O recém-nascido Gabriel transferido da Unidade Hospitalar de Jutaí para a Unidade de Terapia Intensiva da Maternidade Ana Braga continua internado em estado grave. No entanto, a previsão é de que seja retirada a intubação traqueal do bebê.

Nascido há uma semana, o menino Gabriel chegou a ser entubado com uma máscara de garrafa pet, improvisada por falta de materiais para bebês prematuros no hospital de Jutaí. A irmã gêmea dele morreu 10 horas após o parto.

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