Médicos do PS 28 de Agosto podem ser as próximas vítimas do covid-19 por falta de equipamentos de proteção individual

O governador Wilson Lima, sempre muito bem protegido com a sua máscara de proteção respiratória no rosto, tem usado todos os espaços do mass media para dizer à população que o sistema de saúde está à beira do colapso por insuficiência de respiradores nas UTI’s dos hospitais da cidade.

A informação era desnecessária, claro. Afinal todo amazonense sabe que “a bronca é comigo” – da saúde – esvaiu-se em brancas nuvens desde que Wilson Lima foi eleito governador do Amazonas.

Tudo bem, apesar do calote eleitoral, que ainda não foi digerido pela população, Wilson Lima, emparedado pelo covid-19, essa é a verdade, diz que, agora, está à cata de respiradores no Brasil e no mundo para encarar o corona em condições menos desiguais que as de hoje.

Nesta segunda-feira, 13, pelo menos 33 respiradores do Ministério da Saúde chegam a Manaus e outros tantos, algo como 180 unidades, poderão ser adquiridos pelo governo, conforme entrevista concedida pelo governador à Folha de S.Paulo.

A informação é tranquilizadora, apesar de excessivamente tardia. O importante mesmo é que respiradores em quantidade minimamente razoável sejam disponibilizados urgentemente às unidades de urgência e emergência de Manaus. Assim, muitas vidas serão salvas.

Acontece, todavia, que encher os hospitais de respiradores não vai resolver o problema se aqueles que se expõe durante o tratamento do doente estão desprotegidos.

A grita por Equipamentos de Proteção Individual (EPI) no Pronto-Socorro 28 de Agosto, por exemplo, onde 35 leitos dos 40 existentes na sala de UTI são ocupados por pacientes com coronavírus, é gritante, para ser redundante e enfático.

Máscaras cirúrgicas e N 95, recomendada pela Organização Mundial da Saúde para internar o paciente com coronavírus, assim como o capacete de acrílico, até o momento não foram distribuídos pelo estado no PS 28 de Agosto.

As que existem foram compradas pelos próprios médicos que, por medida de segurança pessoal, ameaçam deixar de internar pacientes com covid-19 por falta do equipamento. Para internar um paciente com covid-19 é indispensável o uso da mascara N 95 e do capacete de acrílico. “Esses equipamentos não existe no pronto-socorro”, assegura um médico  que não vamos citar o nome.

Ainda com relação ao PS 28 de Agosto, não é verdade,  que a UTI é uma sala rósea e que todos os pacientes entubados (no PS) são mandatos para o Hospital Delphina Aziz.

“Na entrevista concedida pelo governador à Folha de S.Paulo, ele oculta o número de pacientes internados no PS. O 28 de Agosto não é uma sala rósea. Dos 40 leitos existentes 35 estão ocupados por pacientes do covid-19”, contestam.

 

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