Não será nenhuma surpresa se o candidato-governador José Melo for preso a qualquer momento em razão de não ter cumprido uma ordem judicial.
Segundo o Diário Oficial do Estado, o governador decretou férias de comandantes da Polícia Militar, dois dias após decisão do desembargador João Mauro Bessa que determinou o afastamento dos coronéis Eliézio e Aroldo atendendo pedido em ação movida pela Procuradoria Regional Eleitoral.
Com isso, Melo tenta dar um by pass na Justiça Eleitoral e simplesmente mandar para as calendas uma decisão judicial. Férias não substitui mandado judicial de exoneração.
Pelo que já foi publicado, “o governador José Melo (Pros) assinou, no último dia 19, decreto concedendo férias ao Comandante Geral da Polícia Militar , coronel Eliézio Almeida da Silva, que por sua vez deu férias, no mesmo dia, para o subcomandante, coronel Aroldo Ribeiro”
Ainda como escárnio, que Melo devota à Justiça Eleitoral, como que dando ouvidos a celerados, “consta no Diário Oficial do Estado, da última sexta-feira, 19, que as férias foram concedidas para serem gozadas no período de 30 dias, iniciando no dia 19 de setembro, até 18 de outubro, referente ao exercício de 2014
Não será a primeira vez que um governador será preso. Outros, também, já passaram pelo mesmo vexame. José Roberto Arruda (DF) e Silval Barbosa (MT) já viram o sol nascer quadrado…
Além de ser preso, Melo ainda terá de pagar a multa de R$ 150 mil diários. Mas, cá pra nós, grana não é problema pra ele, não é mesmo?
Para relembrar: na decisão, o desembargador concluiu que a permanência dos policiais no comando da PM compromete a lisura das eleições. Mauro Beça citou gravação de áudio oferecida como prova pela PRE-AM, na qual “se observa pedido explícito do comandante-geral da Polícia Militar, na presença do subcomandante-geral, no sentido de que a Polícia Militar do Amazonas ajuda na campanha do candidato ao Governo do Amazonas José Melo, chegando a se cogitar os benefícios para a corporação em caso de sua reeleição (…) por meio de certo sentimento de retribuição às conquistas alcançadas”.
Ora, se estiverem “gozando férias”, mas ainda nas suas respectivas funções, portanto mantendo o Poder diante da tropa, o que os impediria de continuar a “fazer o diabo” nos bastidores da campanha com mais tempo para isso?
Maquiavel, em tradução livre, dá um aviso ao “príncipe”: tua força é suficiente para enfrentar o adversário e aniquilá-lo, sem a possibilidade deste, não totalmente vencido, depois se voltar com mais força ainda contra ti? Diz aí, Melo.
Aguardemos o próximo lance como final de capítulo de novela: Quando Melo deve ser preso?