Ministério Público denuncia atletas australianos por uso de credencial falsa

Os nove atletas australianos detidos por terem apresentado credenciais falsas foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) por uso de documento falso. Eles foram flagrados ontem (19) à noite tentando entrar na Arena 3, onde ocorria o jogo de basquete entre Austrália e Sérvia, com credenciais fraudadas da Rio 2016.

A ação tramita no Plantão dos Postos Avançados do Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos, em funcionamento no Parque Olímpico Barra da Tijuca. Ao todo, foram apreendidas dez credenciais, das quais a perícia constatou falsificação em nove.

Os atletas Ashlee Ankudinoff, Edward Jenkins, Fiona Albert, Olympia Aldersey, Lucy Stephan, Melissa Hoskins, Alec Pott, Ryan Tyack e Simon Orchard apresentaram credenciais com adesivos para a entrada no setor reservado aos atletas de basquete. A fraude foi descoberta, e a Força Nacional os encaminhou para a delegacia de polícia.

De acordo com o MP-RJ, os atletas receberam liberdade provisória depois de o juizado receber a denúncia. Eles tiveram os passaportes retidos e não podem deixar o país até pagar a multa estipulada em R$ 10 mil para cada. Também estão proibidos de frequentar arenas olímpicas a não ser as quais competirão.

Em nota, o Comitê Olímpico Australiano (AOC) pediu desculpas aos atletas e negou que o problema tenha sido provocado por eles. O AOC informou que fará uma investigação interna sobre o incidente e comprometeu-se em pagar a multa imposta pela Justiça brasileira e em dar apoio aos atletas e a seus parentes.

“Por razões legais, não estou em uma posição de explicar, a não ser para dizer que é importante saber que os atletas australianos definitivamente não são culpados. Estou muito desapontado que nossos atletas tiveram que passar pelo que passaram a noite passada”, disse na nota o chefe da missão australiana, Kitty Chiller.

Em coletiva de balanço dos Jogos Rio 2016, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, afirmou que ainda ter sido informado oficialmente do incidente. Ele disse que respeita a justiça e as autoridades brasileiras e que o COI vai abrir investigações internas para apurar o caso no âmbito esportivo.

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