Ministério Público estadual investiga ex-assessor de Flávio Bolsonaro

Jornal GGN – O Ministério Público do Estado, no Rio de Janeiro, investiga 22 assessores parlamentares relatados pelo Coaf por movimentações financeiras suspeitas, ao longo de 2016. Entre os investigados está Fabrício Queiroz, que até outubro passado era motorista e segurança do deputado Flávio Bolsonaro. Queiroz é amigo da família há anos e, no ano averiguado pelo Coaf, movimentou atipicamente R$ 1,2 milhão. Além disso, assinou um cheque de R$ 24 mil para Michelle Bolsonaro.

Segundo o Estadão, a apuração em relação aos assessores é de competência do MPE, mas como os deputados têm foro privilegiado, é papel do Ministério Público Federal do Rio instaurar um inquérito.

De acordo com o jornal, o MPF tem “acesso ao relatório do Coaf há cerca de seis meses, mas não encontrou indícios de envolvimento dos deputados citados no relatório com o esquema desmantelado por sua investigação em conjunto com a Polícia Federal”, no âmbito da Operação Furna da Onça, que investiga um mensalinho na Alerj.

Procurado pelo GGN na semana passada, o MPF afirmou que “tem por política não confirmar tampouco negar se eventualmente [deputados] estão investigados ou podem vir a ser.”

Leia  nota de esclarecimento do MPF do Rio 

Operação Furna da Onça: nota de esclarecimento

O Ministério Público Federal (MPF), por intermédio do Núcleo Criminal de Combate à Corrupção (NCCC) do MPF na 2ª Região (RJ/ES), confirma que a documentação anexada aos autos relativos à Operação Furna da Onça inclui relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre movimentações atípicas envolvendo profissionais da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), bem como de outros cidadãos. Esse material foi espontaneamente difundido pelo Coaf, como consequência do processo de compartilhamento de informações entre os órgãos de investigação. Em função da presença de pessoas não investigadas nesse relatório, o MPF não chancela a divulgação de trechos do documento, exceto se a movimentação relatada pelo Coaf, após examinada com rigor por equipe técnica, revelar atividade financeira ilegal.

O aproveitamento das informações na operação Furna da Onça se deve ao fato de existirem indícios de movimentações financeiras ilícitas envolvendo deputados estaduais suspeitos de prática do crime de corrupção e lavagem de dinheiro. Como o relatório relaciona um número maior de pessoas, nem todos os nomes ali citados foram incluídos nas apurações, sobretudo porque nem todas as movimentações atípicas são, necessariamente, ilícitas. A íntegra do documento foi juntada aos autos para confirmar que não houve edição após envio pelo Coaf. No caso de deputados da Alerj que não foram alvos das Operações Cadeia Velha e Furna da Onça, o MPF tem por política não confirmar tampouco negar se eventualmente estão investigados ou podem vir a ser.

Artigo anterior“Cubanos de Bolsonaro” – Ex-assessor era arrecadador da família Bolsonaro, diz jornalista
Próximo artigoRelator da ONU reclamou da censura do Supremo a Lula durante a eleição