Jornal GGN – A jornalista Andréia Sadi afirma em seu blog no G1 que ouviu de um ministro do Supremo Tribunal Federal, em caráter de anonimato, que o pedido de Flávio Bolsonaro para suspender a investigação contra seu ex-motorista, Fabrício Queiroz, “surpreendeu” membros da Corte principalmente porque é um tiro no pé.
Flávio não era oficialmente investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, apenas Queiroz e outros assessores parlamentares.
Segundo o Estadão desta quinta (17), Flávio recorreu ao Supremo para suspender a apuração no Rio alegando ter foro privilegiado.
O ministro que vai relatar o pedido é Marco Aurélio Mello, mas enquanto este não se manifesta, Luiz Fux concedeu uma liminar que acolhe a demanda de Flávio e paralisa a investigação.
O ministro, mantido em sigilo, disse à jornalista que a iniciativa da defesa de Flávio foi um “erro” de estratégia, porque agora a Procuradoria Geral da República deverá obrigatoriamente avaliar a questão e “será obrigada a pedir a ampliação da investigação, porque os fatos também envolvem o presidente Jair Bolsonaro.”
Para o ministro do STF, Dodge deverá pedir para investigar a questão dos depósitos de Queiroz na conta de Michelle Bolsonaro, que recebeu um total de R$ 24 mil da conta do ex-motorista suspeito de lavar dinheiro.
Segundo o ministro, “era melhor para a família o caso seguir na primeira instância, onde há uma limitação para ampliar o escopo por conta do foro privilegiado”.
Sadi lembrou que, pela Constituição, Bolsonaro não pode ser processado por fatos anteriores ao mandato, mas pode ser investigado.
“A avaliação é que o ministro Marco Aurélio, que é o relator, vai instigar essa ampliação da investigação”, antecipou a jornalista.