Míriam Leitão diz que Bolsonaro é repulsivo e indica impeachment

247 – A jornalista Míriam Leitão interrompeu suas férias para publicar em seu blog no jornal O Globo dura crítica a Jair Bolsonaro; ela demonstra sua repulsa ao ocupante do Planalto em antalógico artigo:

“Durante mais de três décadas – escreve – os militares disseram ao país que não tinham documentos, não sabiam dizer onde estavam os desaparecidos políticos, não souberam como morreram os que foram assassinados nos quartéis durante a ditadura militar. Hoje, o presidente Jair Bolsonaro disse o oposto.

Primeiro, decidiu brincar com mais um drama humano e dizer ao presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, que sabia como o pai do advogado havia morrido. Depois, criou a sua versão que culpa a esquerda”.

“O que o presidente fez é repulsivo”, enfatiza a jornalista. E prossegue: “Mostra, como definiu Felipe Santa Cruz, crueldade e a falta completa de empatia que os seres humanos têm uns em relação aos outros. O presidente brinca com o sentimento de um filho que nunca conviveu com o pai porque ele foi morto aos 26 anos” .

Depois de assinalar que Bolsonaro se coloca “como o conhecedor dos segredos da ditadura” e de “informações sonegadas”, Míriam escreve:

“O Brasil não teve o conforto das informações. Em nome da paz e da construção do futuro foi dito que aceitássemos essa perda de memória dos militares. Só que ontem, pela fala do presidente, caiu a máscara. O presidente se sente no direito de manipular as informações que foram sonegadas ao país e às famílias e jogar a culpa sobre as vítimas. Quem está com a palavra agora é o Exército, a Marinha, a Aeronáutica. O que houve com Felipe Santa Cruz, o pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil? Como foram as circunstâncias dessa morte e de tantas outras ocorridas no período em que os militares governaram o Brasil? Onde estão os restos dos desaparecidos políticos?”

E finaliza: “A Constituição anda sendo desrespeitada diariamente pelo presidente da República. É hora de lembrar o que disse o grande Ulysses Guimarães ao promulgar a nossa Carta Magna: ‘Temos ódio à ditadura, ódio e nojo’.

Ontem foi o dia de sentir nojo”.

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