A série de ataques terrorista desta noite em Paris deixou a população chocada e “cheia de medo”, disse à Agência Lusa a dona do restaurante Chez Celeste, a cinco minutos a pé de um dos cafés onde houve um dos ataques.
A cabo-verdiana Celeste do Carmo disse que foi obrigada a fechar o restaurante e que a polícia aconselhou toda a gente a ficar lá dentro.
“O meu filho tem um amigo que mora lá perto de onde houve o atentado e viram tudo, viram as pessoas caírem umas sobre as outras, mortas”, afirmou a comerciante.
“Os cafés fecharam todos aqui na rua porque está todo mundo com medo. A polícia passou e disse que toda a gente tinha que entrar. Agora não podemos ir para a rua, está tudo bloqueado na rua, não se pode sair nem entrar”, disse Celeste do Carmo.
O filho da cabo-verdiana, Mateus Camões, fumava a cerca de 50 metros do café Le Petit Bayonne quando ouviu os disparos. “Vi toda a gente no chão, uns em cima dos outros, com muito sangue. Balas de pistola no chão, a pessoas fugindo e a gritando”.
Nos arredores de Paris, José Luis Fernandez estava no Stade de France com o cunhado para assistir ao jogo das seleções de futebol da França e Alemanha e ficou “chocado” com o que viu.
“Foi o caos total. As pessoas entraram em pânico. Foi infernal. Estou ainda chocado. Não vi feridos, mas ouvi as explosões muito bem. Vi as ambulâncias, a polícia, bombeiros, helicópteros, foi tudo muito rápido. Ficamos dentro do estádio e não podíamos sair”, disse.
O francês afirmou ainda que, assim que abriram as portas, começou a correr e que “todas as pessoas também corriam e gritavam”, algo “horrível”, e que depois ainda teve de ir “para o carro que estava perto de onde foi a explosão”.
Fontes policiais citadas pela imprensa francesa informaram cerca de 100 mortos só na sala de concertos Bataclan, um dos locais dos ataques em Paris.
O Bataclan é uma sala de espetáculos no 11º arrondissement (bairro) de Paris. Foi construído em 1864 pelo arquiteto Charles Duval. O seu nome refere-se a Ba-Ta-Clan, uma opereta de Jacques Offenbach.