DCM – Em 15 de fevereiro deste ano, o advogado Bady Elias Curi Neto, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, escreveu o artigo publicado no site O Debate em que chama Lula de “meliante” e afirma:
“Acreditar na inocência de Lula é crer em uma vestal criada no meio de um prostíbulo de corrupção, lavagem de dinheiro e outros tipos penais.”
Hoje de manhã, a Polícia Federal realizou operação de busca e apreensão em seu escritório, e o levou para depor.
Bady Curi Neto é suspeito de intermediar propina para conseguir uma decisão favorável no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, num processo que envolve, de um lado, a empresa Pachfoods Comércio Epacotadora e Beneficiadora e, de outro, o banco Rural.
O valor da propina seria R$ 2 milhões.
De acordo com as investigações, Bady Curi Neto repassou parte desse dinheiro a membros do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Bady Eias Curi Neto é filho do desembargador Bady Curi, que faleceu em agosto de 2015 e foi homenageado em cerimônia no tribunal pela Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas.
Em nome da família, Bady Elias Curi Neto fez um discurso, em que destacou as qualidades do pai.
“Ele sempre lia o Evangelho e nos dizia que há várias moradas na casa do Pai. Ele também tinha várias moradas em seu coração. A primeira delas era a sua espiritualidade, a segunda era o nosso lar e a nossa família. E a terceira era a Casa da Justiça. Ele dedicou sua vida à magistratura, onde fez vários amigos e onde aplicava o que aprendia no espiritismo”, disse.
Advogado de renome, ex-juiz eleitoral, filho de desembargador, religioso, Bady Elias Curi Neto é o que se conhece por “cidadão de bem”.
Hoje de manhã, a imprensa estava na porta da casa dele, mas o “cidadão de bem” não quis dar entrevista.
Um cinegrafista da TV Globo registrou o momento em que fecha a janela, depois de se recusar a dar esclarecimentos.
Se se usasse contra ele o mesmo critério que usou com o ex-presidente, ele deveria ser chamado agora de “meliante”.
Mas Bady Curi ainda tem a chance de se defender.
Por ora, deve-se dizer apenas que é um moralista sem moral, como tantos outros que, desde 2013, tem vestido a camisa amarela da Seleção Brasileira e ido às ruas para gritar contra a corrupção.