O deputado federal reeleito Wadih Damous (PT-RJ) criticou Sérgio Moro, que amenizou o recebimento de caixa 2 do deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), escolhido para ser ministro da Casa Civil no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro.
“Moro reconheceu que Ônix Lorenzoni cometeu crime de caixa2, que ele Moro considera mais abjeto que o de corrupção. Mas como o criminoso pediu desculpas, está tudo resolvido, segundo o justiceiro. Ou seja, segundo Moro um pedido de desculpas absolve o criminoso. Que tempos!”, disse o congressista no Twitter.
O democrata foi citado, na delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, como beneficiário de R$ 100 mil repassados pelo grupo. “Final da campanha, reta final, a gente cheio de dívidas com fornecedores, pessoas, eu usei o dinheiro. E a legislação brasileira não permite fazer a internalização desse recurso”, disse ele em entrevista ao jornalista André Machado, da Rádio Bandeirantes de Porto Alegre, em maio do ano passado.
No mês anterior, em abril, Moro afirmou que a corrupção para financiamento de campanha é pior que o desvio de recursos para o enriquecimento ilícito. “Temos que falar a verdade, a Caixa 2 nas eleições é trapaça, é um crime contra a democracia. Me causa espécie quando alguns sugerem fazer uma distinção entre a corrupção para fins de enriquecimento ilícito e a corrupção para fins de financiamento ilícito de campanha eleitoral. Para mim a corrupção para financiamento de campanha é pior que para o enriquecimento ilícito”, disse ele em uma palestra para estudantes brasileiros na Universidade de Harvard.
“Se eu peguei essa propina e coloquei em uma conta na suíça, isso é um crime, mas esse dinheiro está lá, não está mais fazendo mal a ninguém naquele momento. Agora, se eu utilizo para ganhar uma eleição, para trapacear uma eleição, isso para mim é terrível. Eu não estou me referindo a nenhuma campanha eleitoral específica, estou falando em geral”, complementou.