247 – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), demonstra irritação com o governo de Jair Bolsonaro. Em entrevista à Folha, o principal articular da reforma da Previdência disse que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, é “funcionário do presidente Jair Bolsonaro” e que o projeto Anticrime encaminhado ao Congresso é um “copia e cola” de proposta sobre o mesmo tema que foi apresentada no passado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
“Eu acho que ele conhece pouco política. Eu sou presidente da Câmara, ele é ministro funcionário do presidente [Jair] Bolsonaro. Então o presidente Bolsonaro tem que dialogar comigo”, afirmou Maia. “Ele [Moro] não é presidente da República, não foi eleito para isso”, completou.
O motivo da irritação de Maia foram as críticas feitas por Moro ao congelamento da tramitação do projeto. Maia decidiu suspender a tramitação de parte do projeto que é considerado inconstitucional por diversos especialistas. Um dos pontos de maior crítica é o que considera como legítima defesa a ação policial de matar alguém para prevenir agressão contra si ou para evitar o risco de agressão a reféns, chamado de “licença para matar” por alguns juristas.
Maia não gostou das críticas de Moro e afirmou que o ministro “está confundindo as bolas”. “Ele [Moro] nunca me convidou para perguntar se eu achava que a estrutura do ministério estava correta, se os nomes que ele estava indicando estavam corretos”, cutucou Maia.