247 – O ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro não gostou de ser questionado sobre a declaração do filho de Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), sobre o ‘novo AI-5’ (Ato Institucional nº 5).
“Vou pedir para você me explicar como isso se relaciona com a questão da delegacia. Mas, enfim, isso foi ontem e o deputado já pediu desculpas, então assunto encerrado”, respondeu rispidamente Moro aos jornalistas em Curitiba, nesta sexta-feira (1º/11), onde esteve para a inauguração da primeira Delegacia Modelo de Investigação e Análise Financeira no Brasil.
Apesar da irritação de Moro, que tentou determinar o que os jornalistas deviam perguntar, nenhum jornalista durante a entrevista coletiva abordou o projeto inaugurado na PF (Polícia Federal).
Segundo o site Paraná Portal, antes da questão sobre o filho de Bolsonaro, Moro já tinha expressado descontentamento com os temas abordados: “A próxima pergunta tem de ser da delegacia. Chega de dar esse tipo de permissão, está um pouquinho demais”, afirmou.
Moro também falou sobre a sua solicitação junto a Procuradoria-Geral da República (PGR) de inestigação contra o porteiro do condomínio onde mora Jair Bolsonaro e um dos suspeitos de assassinar a vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, que citou Jair Bolsonaro.
“A expectativa é que essa nova investigação sirva tanto para aclarar esses fatos mais recentes, mas que, de alguma forma, contribua também com a investigação desses assassinatos”, disse.
A fala do porteiro foi base de uma reportagem da Rede Globo que mostra que Élcio Queiroz, apontado como o suspeito de dirigir o carro de onde saíram os disparos que mataram Marielle, solicitou entrada no condomínio por volta das 17h e comunicou que iria para a casa de Bolsonaro.