Morre carioca encontrado em cracolândia de São Paulo

Dias após o reencontro com amigos do Colégio Santo Inácio, Carlos Eduardo Albuquerque Maranhão, de 46 anos, encontrado no fim do mês passado em uma cracolândia em São Paulo, faleceu na noite desta quarta-feira. A informação foi publicada nas redes sociais por Carlos H. Moreira Junior, amigo que iniciou uma campanha para ajudá-lo a se livrar das drogas.

“Nosso Sarda faleceu há poucas horas atrás durante o período mais crítico de abstinência pela qual passava. Estou vazio, com as emoções bloqueadas e preso dentro de um avião com wifi. Tristeza profunda. Entreguei a notícia à família com um enorme peso nas costas. Eu sou parte de um grupo de pessoas que agiram de forma coordenada e movidas por um só sentimento que é o amor. No entanto me sinto responsável pelas ações que executei pessoalmente” (sic), escreveu Carlos Moreira pouco antes das 23h. “Confesso que faria tudo o que fiz novamente. Imagino que o grupo também. Sem tirar nem por. O Sarda disse em determinado momento que se chegássemos 3 meses mais tarde ele não estaria mais vivo”, continuou.

Procurado pelo GLOBO, Moreira preferiu não se pronunciar, mas disse “que está tentando absorver o acontecido”.

“Sarda”, como era conhecido, havia dado entrada numa clínica de recuperação para adictos em Araras, na região serrana do Rio, esta semana. Ele foi resgatado pelos amigos do Colégio Santo Inácio no último dia 1°. O grupo lançou uma campanha de crowdfunding para financiar o tratamento de Cadu.

Intitulada “Nova chance ao Cadu”, a campanha ficaria dois meses no ar (www.kickante.com.br/campanhas/nova-chance-ao-cadu) para tentar arrecadar R$ 200 mil. Nas primeiras cinco horas, os amigos conseguiram quase 10% do valor em aproximadamente 70 doações.

Confira postagem

Amigos do Sarda,

Nosso Sarda faleceu ha poucas horas atras durante o periodo mais critico de abstinencia pela qual passava. Estou vazio, com as emocoes bloqueadas e preso pelas proximas 4 horas dentro de um aviao que nao esta indo pro Brasil mas com wifi. Tristeza profunda. Entreguei a noticia a familia com um enorme peso nas costas. Eu sou parte de um grupo de pessoas que agiram de forma coordenada e movidas por um so sentimento que é o amor. No entanto me sinto responsavel pelas acoes que executei pessoalmente.

Confesso que faria tudo o que fiz novamente. Imagino que o grupo tambem. Sem tirar nem por. O Sarda disse em determinado momento que se chegassemos 3 meses mais tarde ele nao estaria mais vivo. Disse tambem que se nao fosse pra ir pra clinica em questao ele preferiria ficar onde estava. Ao chegar na clinica disse que havia mais de 6 anos que ele nao via grama.

Nos resta o consolo de que nosso amigo, onde quer que ele esteja, chegou la de forma mais digna do que chegaria se ainda estivesse numa Cracolandia. Que nossos pensamentos estejam com ele e tambem com a familia, a quem ofereço tudo que estiver ao meu alcance pra diminuir a dor do momento.

Indo alem, amo o Sarda e a uniao que ele gerou em tantas turmas diferentes. E que esta uniao gere reflexao sobre o que podemos fazer nesta vida e nao fazemos por falta de coragem que sobrava no nosso amigo. Amo tambem a vida e agora preciso organizar as prateleiras do meu coracao.

Um agradecimento sincero e um abraco apertado em todos que apoiaram, acreditaram e contribuiram. Ofereceremos a melhor conducao possivel ao Sarda e a familia nesta etapa final. Nosso grupo esta presente agora com a familia e na clinica acompanhando e dando todo o suporte logistico e financeiro necessario. Estarei de volta ao Rio o mais rapidamente possivel.

Espero sinceramente ser compreendido e ser aceito na missa de setimo dia (ou algo assim) pois preciso dividir o que esta dentro de mim agora e que ainda nao consigo escrever.

#SomosTodosDestaTurma

Carlos H Moreira Jr

 

Leia mais: https://oglobo.globo.com/rio/depois-de-reconhecerem-amigo-em-video-na-cracolandia-ex-colegas-querem-custear-tratamento-de-carioca-21418218#ixzz4jPp79qSe
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