FORUM – O movimento chileno Mesa de Unidade Social, que organiza as assembleias populares no Chile, divulgou neste sábado (16) um comunicado sobre o acordo entre o governo chileno e parte da oposição para realizar um plebiscito que criaria uma nova constituição.
No documento, a entidade que reúne mais de 200 organizações sociais e sindicais de defesa dos direitos humanos critica o acordo feito entre os políticos, que foi apelidado pejorativamente de “cozinha constitucional”, e que consideram ter sido feito “entre quatro paredes e de costas para o povo”.
O comunicado também afirma que “só faz sentido resolver a situação que vivemos atualmente se for através de uma assembleia constituinte comprometida com a ruptura do modelo neoliberal imposto na ditadura, e conservada durante governos de direita e de centro-esquerda ao longo de 30 anos de democracia”.
A Mesa de Unidade Social também propõe que a solução seja “uma assembleia constituinte com igualdade de gênero e de caráter plurinacional”. Este último aspecto significa o reconhecimento da autonomia como nação dos povos originários e garantindo sua igualdade na conformação dos membros.
Outra exigência do movimento é a criação de uma comissão da verdade para investigar as violações aos direitos humanos cometidas desde o dia 18 de outubro, quando se iniciou a convulsão social no país com a primeira grande manifestação contra o presidente Sebastián Piñera. Segundo a entidade, houve mais de 40 mortes durante o período, 37 casos de estupro, 221 casos de perda de visão de forma parcial ou total, mais de 500 casos de tortura e mais de 26 mil detenções.
A Mesa de Unidade Social ainda convocou uma greve geral para a próxima semana, mas ainda sem data definida – especula-se que aconteceria na terça-feira (19). A última greve geral no país aconteceu na terça passada (12) e mobilizou mais de um milhão de pessoas em Santiago e todas as capitais regionais do país, além de paralisar todos os portos, aeroportos e aduanas chilenas.
Confira o comunicado