Um grupo de manifestantes com aproximadamente 500 pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) começou a chegar nesta terça-feira (9) a Curitiba para acompanhar o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva , que deve acontecer nesta quarta-feira (10), a partir das 14h.
Lula será ouvido no prédio da Justiça Federal e são esperadas manifestações a favor e contrárias ao ex-mandatário, por isso o esquema de segurança prevê o isolamento desses grupos em pontos distantes do Fórum.
O petista é o último a prestar depoimento na ação em que é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido R$3,7 milhões em “vantagens indevidas” da construtora OAS, incluindo um apartamento triplex no Guarujá.
Na última segunda-feira (8), a defesa de Lula protocolou um habeas corpus no Tribunal Regional Federal (TRF-4), em Porto Alegre, para pedir a suspensão do processo já que os advogados alegam não ter tido tempo hábil para analisar os documentos que foram incluídos ao processo.
Cristiano Zanin Martins, representante de Lula, alega que no total foram 100 mil páginas de arquivos unidas ao processo entre 28 de abril e 2 de maio pela Petrobras. O depoimento estava marcado inicialmente para 3 de maio, mas acabou adiado por Moro por questões de segurança.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), mais de 20 ônibus estão sendo escoltados para garantir a paz. Esta será a primeira vez que Lula e o juiz Federal Sergio Moro, símbolo da Operação Lava Jato, ficarão frente a frente desde que o ex-chefe de Estado começou a ser investigado no âmbito da operação.
O depoimento acontece depois que Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, afirmar a Moro que o apartamento triplex pertence de fato a Lula, apesar de, no papel, ser de propriedade da empreiteira. No entanto, a defesa do petista nega. (ANSA).