As guerras na Síria e no Iraque reacenderam o anseio histórico do povo curdo de ter seu próprio território. Após séculos espalhados entre vários países da Ásia, os curdos conseguiram uma área autônoma no norte iraquiano e, no dia 17 de março, autoproclamaram a independência de uma faixa no norte da Síria, na fronteira com a Turquia, chamada de Rojava.
Essa movimentação geopolítica acabou se refletindo na Turquia onde reside a maioria dos cerca de 35 milhões de curdos da região, concentrados no Sudeste do país. Estimativa do governo é que de 15% a 20% da população turca seja composta de curdos. Embora grande parte dos curdos se sinta incluída na Turquia e não deseje se separar do país, uma outra parcela se diz preterida e reivindica mais autonomia, principalmente em relação ao ensino da língua curda nas escolas.
O lado mais complexo da questão é a guerra interna travada entre o governo e guerrilheiros do Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK), considerado por muitos países como uma entidade terrorista. Os recentes ataques à bomba no mês de março – na capital, Ancara, no dia 13; em Istambul, no dia 19 e em Diyarbakir, no sul do país, no dia 31 – deixaram 46 mortos e centenas de feridos. Todos os atos foram atribuídos ao PKK.