PODER 360 – O ministro da Justiça, Sergio Moro, disse nesta 2ª feira (10.jun.2019) que não viu“nada de mais” nas mensagens trocadas por celular com o coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol.
“Na verdade, já me manifestei ontem, não vi nada de mais ali nas mensagens. O que há ali é uma invasão criminosa de celulares de procuradores. Pra mim, esse é 1 fato bastante . Quanto ao conteúdo, no que diz respeito à minha pessoa, não vi nada de mais”, disse o ministro em Manaus (AM).
“Não tem nenhuma orientação ali naquelas mensagens. Nem posso dizer que são autênticas porque, veja, são coisas que aconteceram, se aconteceram, há anos atrás. Eu não tenho mais essas mensagens, eu não guardo essas, não tenho registro disso. Agora, ali não tem orientação nenhuma”, acrescentou.
O conteúdo das conversas foi divulgado neste domingo (9.jun) pelo site Intercept Brasil . Nas conversas, Moro aparece dando orientações sobre procedimentos da operação Lava Jato, da qual era juiz e Dallagnol é coordenador. Esse tipo de comunicação é considerada ilegal pela Constituição Brasileira.
Para o ministro Moro, conversas entre juízes, procuradores e advogados é algo normal.
Quando questionado se influenciou no andamento da Lava Jato, disse: “Olha, se houve alguma coisa nesse sentido, são operações que já haviam sido autorizadas. É uma questão de logística de ser discutido com a polícia de como fazer ou não fazer. Isto é absolutamente normal”.
Sergio Moro e Deltan Dallagnol
6 Fotos
A divulgação das mensagens de Moro acontece após o Ministério da Justiça denunciar uma invasão ao celular do ministro. O Intercept Brasil, no entanto, diz que teve acesso às conversas “bem antes da notícia da invasão”.
Após a publicação das reportagens, a força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal do Paraná divulgou nota chamando a revelação de mensagens de“ataque criminoso à Lava Jato”.
“A ação vil do hacker invadiu telefones e aplicativos de procuradores da Lava Jato usados para comunicação privada e no interesse do trabalho, tendo havido ainda a subtração de identidade de alguns de seus integrantes. Não se sabe exatamente ainda a extensão da invasão, mas se sabe que foram obtidas cópias de mensagens e arquivos trocados em relações privadas e de trabalho”, diz a nota.