Brasil de Fato – No Rio de Janeiro, foram registradas ao longo desta quarta-feira (15) manifestações massivas em reação ao corte de recursos na educação anunciados pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). No final do dia, manifestantes lotaram a Avenida Presidente Vargas e caminharam em direção à Central do Brasil. Todas as faixas da avenida, a principal da capital, foram tomadas por estudantes, professores e funcionários de instituições públicas, além de apoiadores.
Organizadores do ato estimam que mais de 200 mil pessoas participaram do protesto contra os cortes na educação e contra a Reforma da Previdência. O ato serviu de aquecimento para a greve geral que vai acontecer no próximo dia 14 de junho. Durante a caminhada, manifestantes tinham como palavras de ordem: “Não é mole não, tem dinheiro pra milícia, mas não tem pra educação”, “Tira tesoura da mão e investe na educação” e “Não vai ter corte vai ter luta”.
O Brasil de Fato ouviu relatos de estudantes e professores sobre o impactos do contingenciamento de recursos para o funcionamento das instituições de ensino. Anderson Henriques, professor de engenharia bioquímica do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) contou que a situação é muito preocupante pois muitos alunos dependem do instituto para realizar a sua formação acadêmica e poder melhorar suas condições de vida. “Educação não pode ser encarada como gasto, desde sempre precisa ser vista como investimento na pessoa humana”, opinou. O IFRJ tem tradição na formação de estudantes, não só de curso técnico, mas também de graduação e pós-graduação.
A estudante Carolina Castilho, 18 anos, cursa o primeiro período da Licenciatura em Letras na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), localizada em Seropédica, na Baixada Fluminense. Ela sentiu “raiva e decepção” quando soube do anúncio do corte de verbas anunciado pelo Ministério da Educação, sob comando de Abraham Weintraub. “Para o professor já é difícil, com cortes fica pior ainda. Eu fiquei revoltada quando Bolsonaro disse que todos os manifestantes são inúteis, balbúrdia é o que eles estão fazendo com a gente”, explicou. Em visita à Dallas, nos Estados Unidos, o presidente de ultradireita Jair Bolsonaro (PSL) chamou os manifestantes de “idiotas” e “massa de manobra”.
Atos no Rio de Janeiro
No estado do Rio de Janeiro, foram registradas manifestações em todas as regiões. Atos aconteceram em Angra dos Reis, Nova Iguaçu, Barra Mansa, Macaé, Seropédica, Campos dos Goytacazes, São João de Meriti, São Gonçalo, Araruama, Barra do Piraí, Itacoara, Nova Friburgo, entre outras. As manifestações foram organizadas pelas centrais sindicais, movimentos populares, Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, entidades de base do movimento estudantil, partidos de esquerda e movimentos do campo progressista.
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