O novo presidente do Equador, Lenin Moreno, assumiu nesta quarta-feira (24), com a promessa de manter e ampliar as politicas sociais de seu antecessor, Rafael Correa, de quem foi vice durante dois de seus três mandatos. Defensor dos direitos das pessoas com deficiência, o psicólogo de 64 anos e o primeiro presidente cadeirante do pais.
O novo presidente herdou um pais economicamente e politicamente estável, mas dividido. Ele foi eleito no segundo turno das eleições, em abril, por uma estreita margem de votos: 51% contra 49% de seu rival, o ex-banqueiro conservador, Guillermo Lasso, que prometeu fazer oposição.
Em seu primeiro discurso como presidente, na Assembleia Nacional, Moreno se comprometeu com a unidade da nação dentro do respeito à diversidade e com a luta contra a desigualdade. “Todos somos feitos do mesmo Equador e compartilhamos o oxigênio com nossos irmãos. Somos um e somos todos, somos diversos, vimos de uma mesma história”, disse.
O novo governante recebeu a faixa presidencial das mãos do ex-presidente equatoriano Rafael Correa e jurou seu cargo perante o presidente do Legislativo, José Serrano. No seu discurso, Lenin elogiou a “Revolução Cidadã” de Correa, que disse pretender continuar..
Ele enfatizou que seu governo se centrará na “eliminação da pobreza extrema, nas transferências monetárias para as populações vulneráveis, na ampliação dos esquemas de proteção social, na construção de moradia, no aumento da produção e na abertura de vagas de emprego”.
Seu maior desafio, sem dúvidas, vai ser a economia, que em 2016 entrou em recessão, pela primeira vez em dez anos. O preco do petróleo, que o Equador exporta, caiu. E o pais, que nos tempos de bonanca, vinha crescendo uma media de 7%. Moreno assegurou que sustentará a dolarização, vigente país desde o ano 2000, e que “não haverá uma moeda paralela” com a introdução do dinheiro eletrônico, como temem setores opositores.
Combate à corrupção
O novo presidente também defendeu uma “maior austeridade no governo” e “maior produtividade” para resolver os problemas econômicos e anunciou uma “batalha frontal contra a corrupção.
Nesse sentido, pediu que as autoridades americanas e brasileiras entregassem todas as listas de possíveis corruptos relacionados com o caso Odebrecht no Equador. Ele disse que impulsionará a criação de uma “frente nacional, pública e privada, para combater a corrupção”, e que esta deverá ter uma projeção internacional.
A proposta prevê estabelecer uma comissão com integrantes da sociedade civil e organismos de controle para compor uma entidade com assistência internacional das Nações Unidas para estruturar e aplicar uma política de combate à corrupção.
O Equador está à espera da publicação das listas de possíveis corruptos no caso da Odebrecht, que em princípio seriam divulgadas no dia 1º de junho.