O conflito entre o Exército de Libertação Nacional (ELN) e o governo colombiano registrou novos capítulos durante o último fim de semana, distanciando as das partes de um acordo de paz.
Neste sábado (10), o grupo dinamitou o oleoduto Caño Limón-Covenãs, no município de Cubará, região central colombiana, o que causou vazamentos e contaminação nos rios locais. Segundo a Ecopetrol, empresa petroleira do país, já foram realizados 79 ataques deste tipo no país somente em 2018, o que representa uma média de um atentado a cada quatro dias.
No mesmo dia, integrantes do ELN pararam um ônibus em uma via principal do departamento de Cesar, fizeram os ocupantes descerem e incendiaram o veículo. A polícia local interveio e o confronto com criminosos deixou cinco feridos. Pouco depois, na mesma região, rebeldes queimaram um trator e um ônibus e fizeram pixações em veículos para desafiar o governo, que enviou cinco mil militares à área para combater as atividades do ELN.
“Nós vamos persistir na motivação de desmobilização individual desta organização [o ELN], para que deixem esse caminho criminoso. Vamos fazê-lo com uma grande capacidade de presença no território, para tirar deles lugares do país que nos últimos anos funcionaram como santuários”, disse o presidente colombiano, Iván Duque, que está em Paris para participar dos eventos que relembram os 100 anos do fim da Primeira Guerra Mundial, além de reunir-se com a Organização para o Cooperação e Desenvolvimento Econômico da Unesco (OCDE).
“Se o ELN quer dialogar, deve libertar todos os sequestrados e pôr fim a todas as suas ações criminosas”, acrescentou o presidente, sobre a possibilidade de retomar negociações com o grupo, sob mediação de Cuba.
“Eles sabem que se querem seguir por esta via, o que vão ter em troca é toda a contundência do Estado colombiano, por meio da Força Pública e o Poder Judiciário. Não vamos nos deixar chantagear pelo ELN”, acrescentou. O grupo respondeu pelo Twitter: “não engane a Colômbia [referência a Duque], seu governo não tem vontade de diálogo, nem de conciliação. Por que não aceitou conversar com os estudantes? Eles não são responsáveis por privações de liberdade, não utilizam nossos métodos de resposta revolucionária à sua repressão militar”, escreveu o grupo, referindo-se a protestos ocorridos em universidades de Bogotá na última sexta-feira (9), que deixaram oito policiais feridos.
Após a dissolução das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), rebatizadas como Força Alternativa Revolucionária do Comum, o ELN se tornou a única guerrilha ativa no país e atualmente negocia a paz com o governo. (ANSA)