Alunos, funcionários da Universidade de São Paulo (USP) e pais permaneciam hoje (20), pelo terceiro dia, ocupando o prédio onde funcionava a Creche Oeste da instituição, dentro da Cidade Universitária, na zona oeste da capital. O movimento teve início na última terça-feira (17), um dia depois de a reitoria informar que a creche seria fechada.
No local, eram atendidas 40 crianças e, segundo levantamento da Associação de Pais e Funcionários (Apef) da universidade, há condições para a matrícula de mais 37 crianças. Procurada pela reportagem, a Reitoria da USP disse que não se manifesta sobre o assunto.
Os pais reivindicam que a reitoria cumpra uma decisão do Conselho Universitário (CO), de 8 de novembro de 2016, que aprovou que a instituição deve preencher as vagas ociosas das creches no limite de suas capacidades.
“A reitoria impediu a seleção e matrícula de novas crianças para preencher 157 vagas ociosas nas cinco creches para este ano letivo, fato que vem se repetindo há três anos seguidos. A demanda atual de novas vagas é de pelo menos 300 crianças, que preenchem os requisitos exigidos para pleitear atendimento”, destaca texto distribuído pelos integrantes da ocupação.
Hoje foi entregue à reitoria uma carta dos pais, alunos e funcionários que ocupam a creche. Eles pedem uma reunião de urgência para discutir a situação. “Diante do impasse instalado frente à determinação unilateral da reitoria em fechar a creche e pré-escola Oeste em pleno recesso, a comunidade USP decidiu permanecer acampada na creche para garantir que o prédio não seja desmontado”, diz trecho do comunicado.
O doutorando Francisco Toledo Barros, que tem um filho de 2 anos e 10 meses, conta que já pensou em abandonar o curso de pós-graduação em arquitetura após a universidade negar a matrícula de seu filho na creche. “Recebo uma bolsa, um investimento público, e estou impedido de realizar essa função social porque a reitoria não cumpre com sua função, que estava dada quando entrei na universidade, de que eu teria direito a uma creche. Assim eu organizei a minha vida, assim minha família se organizou”, disse.