Jornal GGN – Janio de Freitas escreveu em sua coluna na Folha, neste domingo (11), que o depoimento de Emílio e Marcelo Odebrecht, divulgado nesta semana pela Lava Jato, teve lado positivo e negativo para Lula.
A parte negativa é que os delatores confirmaram que a reforma no sítio de Atibaia foi a primeira “doação” para o ex-presidente feita pela companhia em “caráter pessoal”. A parte positiva para a defesa do petista é que, por ter sido “pessoal”, a obra não teve conexão com contratos da Petrobras. “Desse modo, derrubam a tese de Sérgio Moro”, escreveu Janio.
“Os depoimentos de Emílio e Marcelo Odebrecht, pai e filho, no meio da semana, tiveram cara e coroa. Ambos disseram que antes das melhorias no sítio de Atibaia não houve doação alguma a Lula como pessoa. Desse modo, confirmavam aquela. Mas disseram também que foi ‘uma coisa pessoal’, nada tendo, portanto, com retribuição a contratos na Petrobras. Desse modo, derrubam a tese de Sérgio Moro.”
O caso do sítio repete o julgamento do triplex nesse mesmo quesito. Na primeira sentença contra Lula, o juiz Moro – agora ministro de Jair Bolsonaro – foi obrigado a admitir expressamente que a obra no apartamento no Guarujá, feita pela OAS, não tem qualquer conexão com contratos da Petrobras.
Os procuradores de Curitiba costumam narrar que Lula foi beneficiado pelas empreiteiras em troca de contratos milionários com a estatal. É o elo com a Petrobras que permite à Lava Jato processar Lula na 13ª Vara Federal, sob a batuta de Moro.
No caso triplex, a defesa defendeu, em instâncias superiores, que Moro jamais deveria ter sido o juiz da ação penal se admitiu não ver ligação com a Petrobras.