Em um País tão dividido pelas brigas políticas, a atitude do sacerdote acende luz de alerta na Arquidiocese em Campo Grande. O discurso dele contraria, inclusive, orientação do Papa Francisco, que no início deste ano chegou a dizer que fabricantes de armas não podem ser considerados cristãos. “Nós realmente queremos a paz? Então, vamos banir as armas…Pessoas que fabricam armas ou investem na indústria armamentista estão sendo hipócritas se chamarem a si próprias de cristãs”, postou o pontífice em seu perfil do Twitter.
Por aqui, no dia 17 de setembro, Marcelo Tenório publicou no Facebook uma fotografia ao lado de fieis, reproduzindo gesto de revólver em punho, símbolo da campanha de Jair Bolsonaro (PSL).
Isso aí Padre Marcelo Tenorio.. Marcelo Nunes.. Rafael Costa Leite
Posted by Frei Moacyr Malaquias Junior on Monday, September 10, 2018
Apesar de ser uma figura pública e como padre exercer a função de conselheiro da comunidade, ele diz que não entende a postura como algo de maior influência. “O meu apoio é pessoal, não tem nada com igreja. Tenho passaporte e sou brasileiro”, justificou.
Embora diga que não tem uma arma em casa, ele reforça que “usaria tranquilamente”, porque “o uso de arma nunca foi proibido, é licito. As pessoas podem discordar, mas qualquer um pode usar. E isso não está na questão da fé. Agora imagina se a guarda suíça usasse flores ao invés de armas?”.
Sobre os projetos de desarmamento, Marcelo ataca com força. “Sou a favor do porte de arma para o cidadão de bem. Essa história de desarmamento civil é manobra dos comunistas”.
O padre ainda afirma que não está sozinho nessa, inclusive, que tem o apoio da comunidade católica em geral. “Eu falo em meu nome e em nome da esmagadora quantidade de pessoas que votam nele (Bolsonaro). Na igreja, muita gente também o apoia”.
Sobre as críticas de movimentos de defesa das minorias em relação a declarações consideradas homofóbicas, racistas e machistas durante a campanha, o padre desvia. “O que acontece é que pegam uma frase fora do contexto e compartilham. “Se ele não prestar, a gente tira, já fizemos isso antes”, completa.
Com as críticas, apagou a foto fazendo o gesto com armas de sua rede social, a pedido de pessoas que, segundo ele, lhe são caras, mas continua na defesa do candidato que é, ele próprio, a mensagem da violência.
A uma mulher que o criticou, ele postou uma mensagem pública: