Um grupo de palestinos ateou fogo ao Túmulo de José, na cidade de Nablus, no Norte do território palestino ocupado da Cisjordânia, informou hoje (16) o Exército israelense.
“Ao longo da noite, dezenas de palestinos atearam fogo ao Túmulo de José, em Nablus. Forças palestinas chegaram ao local, extinguiram as chamas e dispersaram os autores do incêndio. O Exército israelense fará as reparações necessárias para permitir aos fiéis visitarem o lugar sagrado”, diz um comunicado militar.
O porta-voz do Exército, Peter Lerner, acrescentou que “a queima e a profanação do Túmulo de José é uma flagrante violação e uma contradição do valor básico da liberdade de culto”.
“As Forças de Defesa de Israel tomarão todas as medidas para levar os autores desse depreciável ato à Justiça, restaurar o lugar para que volte à condição prévia e garantir que a liberdade de culto seja restabelecida”, destacou Lerner.
O túmulo do patriarca José é venerado há séculos por cristãos, judeus e muçulmanos.
O Exército israelense retirou-se do local no início da Segunda Intifada (em setembro de 2000), que desde então ficou sob a responsabilidade da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
O mausoléu encontra-se na Zona A, onde a ANP tem pleno controle administrativo e de segurança, de acordo com a divisão territorial estabelecida nos Acordos de Oslo de 1993.
Contudo, o Exército israelense supervisiona em coordenação com a ANP o acesso de fiéis judeus que pretendem orar no local onde se venera o bíblico patriarca mencionado no Antigo Testamento, cujas visitas são vistas por muitos palestinos como provocação.
Segundo o jornal Haaretz, o ataque ocorreu quando centenas de jovens palestinos lançaram coquetéis-molotov e colocaram materiais inflamáveis no túmulo.
Trata-se do primeiro incidente violento da “sexta-feira da revolta”, organizada por paçestinos para que a população manifeste e crie distúrbios. Estão previstos protestos para a Cisjordânia e Faixa de Gaza após a grande oração semanal muçulmana.
A região enfrenta uma onda de violência há 15 dias que já resultou na morte de 33 palestinos e sete israelenses, na série de atentados, na maioria de palestinos contra israelenses.
A onda de violência em Israel e nos territórios palestinos nas últimas duas semanas aumentado o receio de um terceiro levantamento popular palestino, depois dos de 1987-1993 e 2000-2005, que causaram milhares de mortos.
O Conselho de Segurança da ONU reúne-se hoje de emergência para discutir o aumento da violência em Israel e nos territórios palestinos ocupados.