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No discurso de abertura do Sínodo dos Bispos Sobre a Amazônia, evento duramente criticado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), o papa Francisco cobrou na manhã desta segunda-feira (7) o respeito às diferentes culturas e afirmou que “as ideologias são uma arma perigosa”.
O presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar que os bispos e cardeais que participam do Sínodo da Amazônia “têm o direito de discutir o que bem entendem”, mas que a “posição de alguns da cúpula católica” não reflete a posição de todos. No discurso da missa de abertura do encontro, o Papa Francisco também disse que “o fogo causado por interesses que destroem, como o que devastou recentemente a Amazônia, não é o fogo do Evangelho”.
Para o pontífice, colonizações ideológicas “destroem ou reduzem as idiossincrasias das pessoas” e esse tipo de conduta é um risco, pois não se pode “domesticar os povos nativos”. Francisco també fez um mea-culpa, afirmando que a própria Igreja, ao tentar catequizar indígenas, acabou por “menosprezar” povos e culturas.
“(As ideologias) são redutivas e nos levam ao exagero em nossa pretensão de entender intelectualmente, mas sem aceitar, entender sem admirar, receber a realidade em categorias, em ‘ismos’. Quando precisamos nos aproximar da realidade de algumas pessoas nativas, falamos sobre indigenismos e, quando queremos dar a eles uma pista para uma vida melhor, não perguntamos, falamos sobre desenvolvimentismo”, disse o pontífice.
Críticas
As críticas ao encontro católico, que iniciou neste domingo (6) e vai até o dia 27 de outubro, no Vaticano, vieram desde o presidente a Olavo de Carvalho e general Eduardo Villas Bôas. Bolsonaro chegou a afirmar, inclusive, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estava monitorando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), apoiadora do encontro.