Para evitar demissões, prefeito de Manacapuru reduz o próprio salário

Os impactos da crise econômica brasileira, gerada por contaminações externas, decorrentes da estagnação nos mercados mundiais, além dos efeitos convulsivos da política nacional, entre outros fatores, como inflação, disparada do dólar, etc., chegaram a Manacapuru (AM), provocando turbulências na rotina administrativa do município.

A arrecadação, por exemplo, despenca a uma média de 37% ao mês, com reflexo direto na folha de pagamento, considerada, de acordo com o prefeito do município, Jaziel Nunes de Alencar Tororó (PMDB), pesada para a realidade local.

Resultado: todas as despesas com transporte, custos com eventos em geral, e consumo de combustível, serão suspensos por 90 dias. Segundo o prefeito, apenas as ambulâncias e as ambulhanchas (ambulâncias fluviais) não terão o fornecimento de combustível interrompido.

E não é só. Para Jaziel Tororó, o cenário é pessimista e para evitar demissões, medida já adotada pelos prefeitos de Parintins e Novo Airão, como forma minimizar os impactos perversos gerados pela crise, ele disse que, nesta quarta-feira, 09, enviará à Câmara Municipal projeto reduzindo o próprio salário. O percentual deverá ficar entre 20% a 30%.

A medida, conforme ressaltou, atingirá, também, os contra-cheques dos secretários e funcionários com função gratificada. “O corte é doloroso, sem anestesia, mas necessário para sobrevivermos”, enfatiza.

Na avaliação do prefeito, a crise econômica para os próximos meses tende a se agravar e que as medidas de contenção foram a única alternativa possível para pagar integralmente os salários do funcionalismo público.

“Sem corte de despesa não conseguiríamos reduzir o déficit público municipal, e manter funcionando nossas escolas e hospital”, admite.

Apesar dos reflexos nefastos da economia, Tororó ainda tem pela frente o compromisso de colocar em sala de aula nos próximos dias centenas de alunos que estão sem estudar desde que as suas escolas foram inundadas pelo fenômeno da enchente.

No total são 33 escolas na zona rural que tiveram o telhado destruído, a porta danificada ou o banheiro arrastados pela força da correnteza e que precisam ser recuperados.

“Estamos diante de uma cachoeira de problemas. São 33 escolas em diferentes e distantes pontos do município que necessitam de reparos, pintura e outros serviços para voltar a funcionar. Nada disso seria possível, entretanto, sem o rigoroso controle dos gastos públicos”, destaca.

 

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