247 – Não começou bem a viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Chile. Chegando ao país na tarde desta quinta-feira 21, ele já foi questionadopor jornalistas sobre a declaração polêmica feita por seu ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que mais cedo havia defendido “as bases macroeconômicas” implementadas pelo ditador Augusto Pinochet (1973-1990), ao defender a reforma da Previdência, e disse que o militar “teve que dar um banho de sangue” no país, em relação à ditadura.
Agora, os presidentes da Câmara e do Senado do Chile fizeram duras críticas às declarações do ministro. Para o deputado Ivan Flores, presidente da Câmara, a afirmação é “uma afronta a todas as pessoas que perderam familiares, a todos que sofreram com as violações de direitos humanos” e ainda “um desatino sem paralelo”.
O parlamentar declarou que não acreditava “ter experimentado algo parecido” antes. “As declarações não têm justificativa alguma e merecem a condenação mais enérgica. Não sei se ele tentou reforçar declarações antigas de Bolsonaro”, cogitou.
O presidente do Senado, Jaime Quintana, foi além, ao dizer que as declarações ofendiam “o país inteiro”, não apenas as vítimas. “Não me lembro de declarações assim de um governo cujo mandatário pisou em solo chileno. Elas ofendem não só as vítimas das violações de direitos humanos, mas o país inteiro”, disse.