Passe Livre marca volta às ruas contra aumento do transporte em SP

O Movimento Passe Livre (MPL), cujas manifestações culminaram com a série de protestos de junho de 2013 em todo o país, vai voltar às ruas no próximo dia 9, uma sexta-feira, contra o reajuste na tarifa de ônibus da capital paulista comunicado pelo prefeito Fernando Haddad. Segundo documento encaminhado nesta sexta-feira à Câmara Municipal, a tarifa vai passar de R$ 3 para R$ 3,50 a partir do dia 6 de janeiro. A diferença, de R$ 0,50, é mais que o dobro do aumento de R$ 0,20 que a prefeitura pretendia aplicar naquele ano e que elevaria a tarifa para R$ 3,20.

Com as manifestações de rua em 2013, a prefeitura e o governo do estado recuaram no reajuste e não aumentaram a tarifa. Além do ônibus, também permaneceu com preço inalterado os trens da CPTM e o Metrô, administrados pelo governo do estado. Em São Paulo, os meios de transporte são interligados e há desconto na integração quando usado, por exemplo, o Bilhete Único. Com o aumento da passagem, a integração passará a custar R$ 5,45.

No comunicado, Haddad ainda anunciou passe gratuito para estudantes da rede pública municipal de ensino (Fundamental e Médio) e para integrantes do ProUni, Fies e cotas raciais e sociais. De acordo com a prefeitura, também a tarifa dos chamados Bilhetes Únicos Temporais (24 horas, semanal e mensal) continuarão em R$ 3. A Prefeitura estima que o reajuste atingirá 8% dos usuários.

“Cada vez que a tarifa sobe, aumenta o número de pessoas excluídas do transporte coletivo. Com menos gente circulando, novos aumentos serão necessários, numa espiral que diminui cada vez mais o direito à cidade da população. Entre a gente e a cidade (que nós mesmos fazemos funcionar!) existe uma catraca que cobra cada vez mais caro. É que para os de cima, ninguém tem que sair da periferia se não for para trabalhar ou – se tiver dinheiro – para consumir. Além disso, nos obrigam a pagar por ônibus lotados em linhas e trajetos sobre os quais nada decidimos.”, diz o manifesto lançado pelo Movimento Passe Livre.

O ato do MPL está sendo convocado para 17 horas, na frente do Teatro Municipal (próximo ao metrô Anhangabaú e do terminal Bandeira). No dia 5, os integrantes do movimento vão realizar na frente da prefeitura uma “aula pública contra a tarifa”, para explicar os motivos do protesto.

O MPL afirma que o direito de se locomover não deve ter preço e que o serviço deve ser público e gratuito e “aumentar esse preço é uma escolha política pela exclusão de pessoas e em favor do lucro dos empresários de ônibus”.

O passe livre para estudantes, segundo o MPL, não é tarifa zero e é fruto dos protestos de 2013. “Não aceitaremos nenhum centavo a mais! Agora é de R$ 3 para baixo, até zerar!”, diz o manifesto.

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