Pesquisa sem suporte científico é pura “feitiçaria estatística”

Mais uma pesquisa de intenção de votos foi divulgada nesta segunda-feira, 18, com os seguintes números para o governo do estado:

Eduardo Braga – 51%

José Melo – 31%

Marcelo Ramos – 3.15%

Chico Preto 2,41

Luiz Navarro – 1,08%

Hebert Amazonas – 0,84

Abel Alves – 0,74%

Não sabe dizer – 3,95$

Nenhum/nulo/branco – 5,52%
Analisando essa pesquisa, observa-se opiniões tais como “subida nas pesquisas do governador José Melo (PROS), aponta para o segundo turno nas eleições de outubro no Amazonas”.  Ok!  Mas, não se sabe com que base acrescenta que “o crescimento de José o Melo  indica que haverá segundo turno, certo?

O que se observa nesses números é que, SE A ELEIÇÃO FOSSE HOJE (daí se falar em “fotografia” do momento), o senador Eduardo Braga estaria eleito em PRIMEIRO TURNO, pois aparece com 11,42 pontos percentuais A MAIS DO QUE A SOMA DOS DEMAIS CANDIDATOS.

Uma coisa é descrever o que os números estão mostrando no momento da pesquisa. Outra coisa é torcer, ou distorcer, o que esses mesmos números apresentam.

Para poder-se deduzir, ou inferir, que haja uma “tendência” nos números, alguma probabilidade, etc., tornar-se-ia necessário analisar uma SÉRIE HISTÓRICA.

Quais as outras pesquisas que possam indicar a “linha de tendência” das intenções de voto? Como afirmar que “o crescimento de José Melo indica que haverá segundo turno”?

Se há outras pesquisas que sejam publicados esses números. Se não há não há valor científico. É pura “feitiçaria estatística”.

Muito bem, muito bem. Fazer pesquisa e divulgá-la é um direito dos todos os instituto de opinião que podem se eximir de atender a alguns critérios de verdade, sem mistificar os números de forma tendenciosa, pois não?

Afirmar, por exemplo, que “o horário eleitoral no rádio e na TV começa amanhã” e que “é previsível que o desempenho dos candidatos altere o quadro atual” é uma “profecia” do tipo “madame Marúcia”. É como as previsões do horóscopo.

Claro que o desempenho dos candidatos “pode alterar o quadro atual”, claro! Mas pode alterar PARA MELHOR ou PARA PIOR, seja referente ao desempenho de Eduardo, seja referente ao desempenho de Melo. Como também pode NÃO ALTERAR NADA!

Nada indica, a não ser a torcida de quem escreve, que apenas o desempenho de Melo se altere PARA MELHOR e o de Braga para PIOR.

Ao contrário, analisando o histórico do desempenho de Braga na TV sempre ele fez com que melhorasse seu desempenho. O desempenho de Melo nem se pode analisar para dizer o mesmo, pois NUNCA Melo teve essa experiência eleitoral. Essa é primeira eleição de Melo para cargo executivo de governador do Estado.

 

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