A Operação Red Light, da Polícia Civil do Distrito Federal, prendeu nesta segunda-feira, 2, Jeany Mary Corner, acusada de participar de esquema de prostituição na capital federal.
Segundo a polícia, mulheres que comandavam o esquema chegavam a ameaçar garotas que queriam deixar a prostituição.
Jeany ficou conhecida em Brasília por levar garotas de programa a uma mansão frequentada pelo então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, no governo Lula.
Conhecida como “República de Ribeirão Preto”, a mansão também era usada pelo ministro para se reunir com lobistas. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo em 2006 e levou à saída de Palocci do governo.
“Ela tem clientes de alto poder aquisitivo”, afirmou a delegada Ana Cristina Santiago, titular da delegacia da mulher no DF.
A delegada explicou, contudo, que o foco das investigações foram as mulheres.
Mais recentemente, em outra operação da Polícia Federal, a Miquéias, descobriu-se que garotas de programa eram usadas para aliciar prefeitos com o objetivo de convencê-los a direcionar recursos de fundos de pensão municipais.
As garotas seriam ligadas a Corner.
A investigação verificou que a rede de prostituição cresceu em consequência dos grandes eventos, como Copa das Confederações e Copa do Mundo.
“O que nos chamou a atenção, num primeiro momento, era verificar denúncias de que mulheres queriam abandonar a prostituição e eram impedidas por essas mulheres mediante ameaça.
Num segundo momento, surgiu a questão dos grandes eventos, Copa da Confederações e Copa do Mundo. Nós verificamos que houve aumento crescente das atividades de exploração sexual.”
Jeany Mary Corner se recusou a falar à polícia e se negou inclusive a assinar os termos do depoimento nesta manhã. A reportagem não localizou o advogado dela.