Cerca de 300 mulheres do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) no Ceará se reuniram na manhã de hoje (8) em frente ao Palácio da Abolição, sede do governo estadual, e foram agredidas por policiais que faziam a segurança do local.
Um vídeo gravado por uma das integrantes do ato e divulgado nas redes sociais mostra as mulheres atrás de grades de proteção. Policiais tomam uma faixa da mão de uma delas e ameaçam o grupo com cassetetes. Um deles jogou spray de pimenta nas manifestantes.
“Para nós, essa violência é inadmissível. A violência do Estado já faz parte do cotidiano. Estávamos aqui para tornar o 8 de março um dia de luta contra a violência, mas acabou sendo um dia com ação violenta por parte da polícia”, desabafou Lourdes Vicente, uma das coordenadoras do MST no Ceará.
O ato fez parte de uma série de mobilizações que o movimento realiza em todo o Brasil. No Ceará, o grupo de mulheres listou como pautas prioritárias o acesso à água, a manutenção das escolas do campo e a produção de alimentos saudáveis.
Uma comissão de manifestantes foi recebida pelo governador Camilo Santana e por secretários por volta das 11 horas. Segundo Lourdes Vicente, o governador abriu um canal de diálogo para receber as demandas. A coordenadora informou que haverá novas audiências nesta tarde e também durante a semana. Em sua página no Facebook, o governador disse lamentar o episódio de violência sofrido pelas mulheres do MST e garantiu “a apuração de quaisquer excessos”.