O diretório nacional do PPS decidiu hoje (9), em Brasília, fechar questão a favor da reforma da Previdência, que tem como relator o deputado Arthur Maia, filiado ao partido. Quando isso ocorre, os parlamentares da legenda ficam obrigados a seguir a orientação do partido sob pena de punição. No entanto, como há divergências dentro do partido, especialmente na bancada na Câmara dos Deputados, é improvável que a sigla puna os desobedientes.
As divergências entre a direção do partido e parte da bancada na Câmara ficaram claras hoje (9), durante a reunião do diretório nacional, quando apenas dois deputados se colocaram a favor da mudança nas regras da aposentadoria e seis não compareceram ao encontro.
O presidente do partido, deputado Roberto Freire, ex-ministro da Cultura do governo Temer, disse que não pedirá aos deputados para seguirem a determinação da direção do partido e lamentou as divergências.
“Pedir a mim para falar com uma bancada que, quando eu era ministro do governo, não teve a mínima consideração, votou com a sua consciência”, disse Freire, referindo-se às votações da reforma trabalhista, quando houve divisão entre os deputados do partido.
“Quero trazer para a direção nacional, da qual eles todos [deputados] fazem parte, a decisão, que é uma postura política. Ninguém quer punir ninguém, quer dizer qual a posição política deste partido. Ou nós não temos? Não é falta de respeito a direção nacional fechar questão em algo fundamental para um partido reformista”, acrescentou Freire.
Além do PPS, até o momento, o PMDB (partido de Temer) e o PTB decidiram fechar questão a favor da reforma da Previdência. Hoje, após ser eleito presidente do PSDB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou que vai convocar, na próxima semana, uma reunião da Executiva Nacional e da bancada tucana na Câmara para definir o posicionamento do partido em relação à na votação da reforma da Previdência. O tucano disse ser favorável ao fechamento de questão a favor da proposta do governo, mas preferiu adotar um tom cauteloso ao se referir à posição do partido.
Na última quinta-feira, o líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que a reforma da Previdência deverá ser colocada em votação na Casa no próximo dia 18 de dezembro.
Como se trata de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), para ser aprovada, são necessários, pelo menos, 308 votos favoráveis, em dois turnos.
*Colaborou Samanta do Carmo, repórter da Rádio Nacional. Matéria atualizada às 17h46 para correção de informação: a fala de Roberto Freire em relação a divergências com a bancada se referia à reforma trabalhista, e não à admissibilidade de denúncia contra Temer, como informado anteriormente.