O governador José Melo realizou seu antigo sonho de se tornar chefe do Executivo do Amazonas, mas os pesadelos já o assombram desde a sexta-feira, quando recebeu de Omar Aziz a faixa de mandatário. E onde estão os fantasmas que mais assustam Melo? Simples. O mais assusta Melo está dentro dos cofres do governo, ou melhor, mais precisamente, pelo que não há dentro dele.
Melo assumiu com metade do orçamento do Estado para 2014 já empenhado. Até aí tudo normal.
O que não esperava era pelo estranhíssimo – e ponha estrano nisso – pagamento do precatório de R$ 93 milhões à Andrade Gutierrez, no apagar das luzes do governo Omar Aziz, e da aditivação de R$ 100 milhões em obras inexistentes no interior do Estado.
Com quase R$ 200 milhões a menos para fazer política eleitoral, o projeto de Melo de governar e outros, sabido de todos, começa a fazer água antes mesmo de completar a primeira semana no comando do governo do Amazonas.
Mas se por um lado Melo terá dificuldade financeira para a execução de seus projetos, o candidato que receber o apoio da Andrade Gutierrez, uma das empreiteiras brasileiras que mais contribuem para campanhas políticas, vai usufruir de uma boa soma de recursos para disputar e vencer qualquer parada.
A sorte está lançada: uns vão tirar leite das pedras para bancar sua campanha, outros já garantiram seus financiamentos e só aguardam o início legal da campanha para botar nas ruas seus comitês e cabos eleitorais, com muita grana rolando do caixa dois.
Alguém dúvida?