Prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD-MG) voltou a manifestar sua insatisfação com a decisão do ministro Kássio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitindo a realização de cultos e missas presenciais no pico da pandemia de coronavírus.
“Uma decisão judicial deveria estar embasada em dados, em ciência. Ou então vem cá num hospital, põe uma máscara e visita uma UTI antes de decidir”, declarou em entrevista ao jornal O Globo.
Após ter mantido a proibição de cultos e missas para evitar aglomerações e conter o avanço da pandemia, Kalil tornou-se alvo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Na madrugada do último domingo, porém, Kássio intimou o prefeito a cumprir sua decisão, o que fez com que Kalil recuasse e anunciasse que reabriria os cultos e celebrações religiosas horas depois.
“A decisão não tem eira nem beira, mas é do Supremo. O procurador me disse que desobediência civil é coisa de quem não respeita a democracia. Não quero isso no meu currículo”, afirmou.
Isso não impediu, porém, que o político seguisse manifestando-se publicamente contra o parecer do ministro.
“Fiquei estarrecido com a decisão. Ela fere a lógica do que está acontecendo no país. Nós estamos ensacando corpo, são 4 mil mortes por dia”, considerou.
Kalil ironiza caso de enfermeira suspeita de aplicar vacina falsa
O prefeito da capital mineira admitiu estar “apavorado” com a escalada da Covid-19 no Brasil e só mostrou bom humor ao comentar o caso da enfermeira suspeita de aplicar vacinas falsas em empresários da cidade.
“Ainda bem que era água, né? Deram sorte que não era veneno”, comentou. “A história é escandalosa, mas também é de uma ingenuidade… Se para um carro e desce uma mulher de branco mandando arregaçar a manga pra vacinar, eu dou logo um bico nela. Você é doido?”.