O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, entregou hoje (27) a chave da cidade à chefe de missão da Austrália, Kitty Chieller, a quem pediu desculpas formais pelos problemas na Vila Olímpica e por ter dito que “estava quase mandando pôr um canguru” na porta do prédio da equipe.
A Austrália foi a primeira delegação a apontar problemas na vila, no domingo (24), e recusou-se a ocupar os apartamentos no dia da abertura do condomínio. Ao comentar a recusa, o prefeito tinha dito que recorreria ao animal da fauna australiana para deixar os atletas satisfeitos.
“Não era o momento de fazer brincadeira, então, acabou gerando um mal-entendido”, disse Paes. “Vim aqui fazer uma desculpa formal. Em nenhum momento, quis debochar da Austrália por causa do canguru. Eu sei que este é um símbolo do país. É como um amuleto.”
Paes deu razão à delegação pelas reclamações em relação ao prédio. Os australianos tinham afirmado que havia fios expostos, vazamento e privadas entupidas quando testaram as acomodações.
“A gente tem falhas acontecendo. Não tem como negar isso. A vila estava pronta há muito tempo e, se estamos resolvendo isso em cinco ou seis dias, se tivesse visto uma semana antes, já teríamos resolvido. Houve uma falha do comitê organizador, mas é um timaço, uma gente que está trabalhando firme”, disse o prefeito.
A chefe da delegação australiana entregou a Paes um boxing kangaroo [canguru boxeador] um símbolo tradicional que acompanha a delegação australiana em Jogos Olímpicos desde a década de 80. Além da chave da cidade, Kitty Chieller recebeu um boneco de pelúcia do Vinícius, mascote da Rio 2016.
“Eu sempre digo que esta é a melhor vila em que estive em cinco olimpíadas, e eu acho que ela será mesmo”, disse Kitty, que considerou normal a necessidade de ajustes em uma vila com 20 mil pessoas. “Muito obrigado, estamos muito felizes por estar aqui”, disse em português.
Atleta do hóquei sobre grama, Simon Orchard considerou as desculpas aceitas. “Viemos ontem [26] à noite para a vila. Estava muito escuro, então, não tivemos chance de olhar. Nesta manhã, demos uma volta, e a vila está fantástica. Todos os problemas foram resolvidos.”
A delegação da Austrália já tem 50 pessoas na vila e 17 se mudam hoje para os apartamentos do prédio 23, que são divididos com delegações menores da Oceania – com a exceção da Nova Zelândia.