Pegou muito mal o aumento autoconcedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que terá o teto salarial aumentado de R$ 33,2 mil para R$ 39,3 mil. Os ministros da corte têm levado pedradas no bico vindas de todas as direções.
O presidenciável Guilherme Boulos (PSOL), por exemplo, disse que o reajuste salarial de 16,38% aos ministros “é uma verdadeira esculhambação” na ditadura da toga.
“O STF aprovou reajuste para juízes que custará quase 1 bilhão a mais por ano para os cofres públicos. Há 2 anos, negou ação contra o congelamento dos gastos em saúde e educação porque o ajuste fiscal era “fundamento das economias saudáveis”. Ajuste no olho dos outros é refresco”, criticou o psolista.
O senador Roberto Requião (MDB-PR) afirmou que o aumento autoconcedido pelo Supremo, vai ser estendido a todo Judiciário, Ministério Público e Parlamento, é uma ofensa a todos os trabalhadores
brasileiros, aos aposentados e desempregados.
Com o aumento tem que ser aprovado pelo Senado, Requião já antecipou que votará contra. “É abominável, um escárnio”, completou.
A presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, também anunciou voto contrário ao aumento no teto do Supremo.
“É triste ver isso. Juiz não precisa de aumento, ganha muito bem. 50% da população tem renda familiar média de 2 salários mínimos. É desrespeitoso com o povo brasileiro que sofre, considerando ainda que uma grande parte tá desempregada”, disparou Gleisi.
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) anotou que o aumento de 16% nos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal, aprovado por eles mesmos, em causa própria, “é um desrespeito aos 13 milhões de desempregados do Brasil, aos 32 milhões de brasileiros que estão obrigados a viver de bico, sem salário certo”.