247 – As ameças do presidente do Peru, Martín Vizcarra, de fechar o Congresso, controlado pela oposição, se concretizou na tarde desta segunda-feira (30). Vizcarra decidiu dissolver o Congresso unicameral do país em meio ao processo de escolha pelos parlamentares de seis dos sete integrantes do Tribunal Constitucional, a Suprema Corte do Peru. Ele convocou novas eleições legislativas.
“De acordo com a Constituição Política do Peru, decidi dissolver constitucionalmente o Congresso e convocar eleições para o Congresso da República; esse é um ato constitucional previsto no artigo 134 da Constituição”, afirmou Vizcarra em mensagem televisionada em rede nacional.
Dominado pela oposição liderada pela direitista Força Popular, de Keiko Fujimori – candidata derrotada nas eleições de 2016, o presidente tenta impedir que o parlamento indique quase a totalidade do Tribunal Constitucional. Vizcarra alega negação ‘tácita’ de voto de confiança que lhe teria aberto caminho para fechar Parlamento.
Candidata derrotada nas eleições presidenciais de 2016 e filha do ex-presidente Alberto Fujimori, Keiko está presa e sob investigação por sua ligação com o escândalo de corrupção envolvendo a empreiteira brasileira Odebrecht.
O anúncio da dissolução do Congresso não impediu que o processo de escolha dos novos integrantes do Tribunal Constitucional seguisse. Foi aprovado por 87 votos o nome de Gonzalo Ortiz de Zevallos Olaechea, primo do presidente do Parlamento, Pedro Olaechea.