O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, disse hoje (16) que a França tem de se preparar para a possibilidade de novos atentados terroristas e que os ataques de sexta-feira ((13) em Paris foram planejados na Síria.
Valls destacou que seu país pode voltar a ser alvo de ataque nos próximos dias, nas próximas semanas. “Vamos viver muito tempo com essa ameaça, temos de estar preparados”, disse o primeiro-ministro francês à rádio RTL. Segundo ele, a ameaça se estende a outros países europeus. “Sabemos que há operações que estão sendo preparadas, não apenas contra a França mas contra outros países europeus”.
De acordo com Manuel Valls, os atentados de Paris, em que pelo menos 129 pessoas morreram, foram “organizados, pensados, planejados a partir da Síria”.
O primeiro-ministro lembrou que nesse domingo bombardeios aéreos franceses destruíram “dois alvos operacionais” do grupo terrorista Estado Islâmico na cidade síria de Raqa e que uma dezena de aviões de combate da França asseguraram a operação.
Valls lembrou que o presidente François Hollande anunciou, após os atentados de Paris, uma “resposta à altura”.
Questionado sobre as razões por que não houve antes uma atuação dessa dimensão, ele respondeu que a França integra uma coligação contra o Estado islâmico e que “o epicentro” da ameaça “não está apenas na Síria”, mas também no Iraque.
“A França está, com frequência, na vanguarda da atuação contra o terrorismo”, acrescentou, lembrando a participação francesa em diversos cenários e operações internacionais, por interesse próprio, mas também no interesse da Europa como um todo.
Valls considerou que “todo o mundo deve se mobilizar contra essa ameaça”.
Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Defesa francês, os bombardeios em Raqa tiveram como principal objetivo “um posto de comando” do Estado Islâmico, que também servia como centro de recrutamento do grupo terrorista.
A organização reivindicou, no sábado (14), em comunicado, a autoria dos atentados de sexta-feira em Paris.
Os ataques, praticados por pelo menos sete terroristas, que morreram, ocorreram em vários locais da cidade, entre eles uma sala de espetáculos e o Stade de France, onde ocorria um jogo de futebol entre as seleções de França e da Alemanha.
A França decretou estado de emergência e restabeleceu o controle de fronteiras. François Hollande classificou os ataques terroristas como “sem precedentes no país”.