Por Jeferson Miola – Em mensagem a Deltan Dallagnol, a procuradora da república Thaméa Danelon assumiu sua participação ativa num complô para derrubar o ministro do STF Gilmar Mendes.
A nova revelação do Intercept não deixa dúvidas: Thaméa se associou criminosamente a um advogado [Modesto Carvalhosa] para tramar o pedido de impeachment de um ministro da Suprema Corte do país.
Modesto Carvalhosa é um defensor canino da Lava Jato e, por extensão, da Fundação que Deltan Dallagnol criara com R$ 2,5 bilhões da Petrobrás [e mais outros 6 bilhões da Odebrecht] para indenizar acionistas minoritários da estatal que, por coincidência, tinham seus interesses defendidos por ele mesmo, Carvalhosa.
Além de notório desvio funcional, a procuradora Thaméa também cometeu grave ilegalidade.
Deltan Dallagnol, como procurador e fiscal da Lei, ao ser comunicado pela própria Thaméa – a autora do atentado – sobre o crime em andamento, deveria dar voz de prisão à colega.
Ao invés disso, contudo, Deltan encorajou a colega a perpetrar o atentado: “Sensacional Tamis”, “Manda ver”, “Apoiadíssima”, disse ele, agindo como animador de uma gangue mafiosa.
Mas Deltan foi além do apoio e do entusiasmo; ele acabou se associando à dupla como revisor do documento – “Se quiser olhamos depois de Vc redigir”, dispôs-se ele a Thaméa.
Com isso, Deltan deu materialidade à figura de bando que o artigo 288 do Código Penal brasileiro tipifica como associação criminosa: “associarem-se 3 ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes”.
Em qualquer país do mundo sob a vigência do Estado de Direito, os agentes da gangue da Lava Jato que perpetram atentados à Constituição e à democracia já estariam demitidos do Ministério Público e do judiciário a bem do serviço público e já estariam sendo processados, condenados e presos.
Não é essa, entretanto, a realidade do Brasil, onde bandidos continuam atuando no MP, no judiciário e no ministério de Bolsonaro; e onde Thaméa Danelon é cogitada para integrar a nova equipe dirigente da PGR comandada por Augusto Aras.
A procuradora-geral Raquel Dodge e o Conselho Nacional do MP agem corporativamente, são coniventes com integrantes da instituição que praticam ilicitudes e protegem bandidos que corromperam o sistema de justiça do país [aqui].
É urgente e inadiável, por isso, a imediata instalação da CPI recentemente protocolada no Congresso.
A CPI poderá apurar as ilegalidades, crimes e arbítrios cometidos por agentes públicos que exorbitaram de suas funções para satisfazer interesses e vaidades pessoais e para viabilizar o governo de extrema-direita que lançou o Brasil no precipício fascista e na completa destruição de empregos e direitos.
A cada dia sem afastar dos cargos e sem investigar esses gângsteres que parasitam o aparelho de Estado, o Brasil vai sedimentando sua imagem de pária internacional governado por uma Aberração chamada Jair Bolsonaro.