A produção brasileira de aço cresceu 8,5% entre janeiro e outubro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o Instituto Aço Brasil, o aumento se deve à entrada em operação da Companhia Siderúrgica do Pecém, no Ceará, voltada para a exportação. No acumulado do ano, a produção totalizou 28,513 milhões toneladas de aço bruto.
As exportações do produto até outubro aumentaram 14,3%, atingindo 12,569 milhões toneladas, e as vendas internas subiram 0,9%, totalizando 14,055 milhões toneladas.
A previsão do instituto é que a produção deve crescer 9,2% em 2017 em relação ao ano passado e alcance 34,154 milhões de toneladas.
De acordo com a entidade, o crescimento da atividade econômica nacional ainda é lento e não foi suficiente para que a indústria brasileira do aço se recuperasse da pior crise da sua história: entre 2013 e 2016, a queda acumulada nas vendas internas chegou a 32,2% e na produção, a 8,5%.
O presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, Alexandre Lyra, disse que o mercado doméstico continua bastante difícil para o setor. “As vendas internas do aço somente retornarão aos níveis do ano de 2013 em 2028. É uma década e meia perdida para a indústria do aço”.
Segundo Lyra, dos principais setores consumidores de aço, apenas o automotivo apresentou reação ao longo deste ano. “Os segmentos de construção civil e bens de capital continuam em situação muito difícil, com queda nas produções e vendas em 2017 em relação ao ano anterior. O setor siderúrgico opera hoje, em média, com apenas 63% da sua capacidade instalada sendo utilizada, enquanto que o ideal seria 80%”, comparou.
Perspectiva
Para a recuperação do setor, a entidade pede a retomada dos investimentos em infraestrutura por meio do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), do governo federal, e o aumento da alíquota do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), que devolve aos exportadores parte dos impostos cobrados na cadeia de produção.