Produção de veículos cresce 3,2% em maio, mas tem queda de 24,3% no ano

A produção de veículos automotores em maio somou 175,3 mil unidades, um aumento de 3,2% em relação a abril (169,8 mil), de acordo com balanço da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), divulgado hoje (6), na capital paulista. Na comparação com maio de 2015, quando foram produzidos 213,8 mil, houve queda de 18%. No acumulado do ano, a produção totaliza 834 mil unidades, queda de 24,3% em relação ao mesmo período do ano passado (1,101 milhão). “Nesse setor, observamos algumas preocupações. Voltamos aos níveis de 2004. Isso preocupa”, disse o presidente da Anfavea, Antônio Megale.

A venda em maio chegou a 167,4 mil unidades, o que representa uma elevação de 2,8% ante os 162,9 mil licenciados em abril. Em relação a maio do ano passado, quando foram vendidos 212,6 mil veículos, o licenciamento caiu 21,3%. No acumulado deste ano, foram comercializados 811,7 mil veículos, 26,6% a menos do que no mesmo período de 2015.

Exportações

As exportações aumentaram 23,9% em maio de 2016 na comparação com abril. Foram vendidas no mercado externo 46.895 unidades contra as 37.851 de abril. Em relação a maio de 2015, quando o setor vendeu 40.762 unidades no exterior, foi registrada elevação de 15%. No acumulado do ano, houve aumento de 21,8%, com a comercialização de 183.253 unidades, contra as 150.479 do mesmo período de 2015.

De acordo com Megale, o mercado interno tem se mostrado frágil e o câmbio entrou em um valor de faixa competitiva, com isso, as empresas passaram a olhar com mais atenção para as exportações. “Além disso, o governo também está discutindo acordos de comércio com outros países. Esses esforços das empresas e do governo têm surtido efeito e a exportação tem esboçado um viés positivo.”

Estoques

Segundo a Anfavea, o mês de maio terminou com um estoque nas montadoras e concessionárias que chega a 236,4 mil unidades. “Quando fazemos a relação entre estoque e ritmo de de vendas de maio, chegamos a um estoque de 42 dias, o que ainda é um número elevado, apesar de todos os esforços das empresas para diminuir esse número”, observou Megale.

Os dados mostram ainda que houve fechamento de 1,3 mil postos de trabalho. “Isso mostra esforço importante para a manutenção do nível de emprego, porque existe um número maior de funcionários em relação ao nível de produção. Temos observado que existe algum tipo de contratação de funcionários para fazer frente a contratos de exportação que estão sendo fechados”. Segundo Megale, o setor fechou o mês de maio com 27 mil funcionários em regime de lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) e no Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Do total, 6 mil ficaram em lay-off e 21 mil foram inseridos no PPE.

De acordo com a Anfavea, a previsão é que em 2016 haja queda de 5,5% na produção, redução de 19% nas vendas e elevação de 21,5% nas exportações.

Megale ressaltou que a Anfavea tem acompanhado atentamente a mudança de governo e as novas medidas, mas não acredita que haja medidas de incentivo para o setor. “Não vemos possibilidade de desoneração ou de alguma demanda de apoio. Entendemos que é importante que procuremos uma forma de estabilização das linhas de financiamento e que compreendamos as regras futuras com clareza para que possamos trabalhar. O país precisa voltar a crescer, pois esse é o vetor que fará a indústria evoluir.”

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