Projeto do IFAM ensina língua inglesa para indígenas em Parintins

A necessidade de divulgar a cultura indígena para o mundo fez com que a Associação de Moradores Indígenas do Rio Uaicurapá (distante 325 km de Manaus) procurasse o Instituto Federal do Amazonas (IFAM) para ter aulas de inglês básico. O projeto de extensão promovido pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) do IFAM Campus Parintins já certificou 20 alunos da etnia Sateré Mawé, moradores da comunidade Monte Betel, em Parintins.

Segundo a coordenadora do projeto, Elaine Amazonas, o projeto surgiu através da demanda da Associação Cultural Grupo de Dança Sateré-Mawé por um curso que pudesse facilitar a comunicação entre indígenas e turistas. “Fomos procurados pelo presidente da associação que nos relatou a dificuldade em comercializar os produtos indígenas produzidos pelo povo Sateré aos turistas que visitavam Parintins, principalmente, em junho, durante o Festival Folclórico. Daí, o conhecimento básico do inglês já facilitaria essa interação”, disse a coordenadora que também ministrava as aulas.

Entretanto, algumas dificuldades foram encontradas ao longo do caminho e superadas aos poucos. “A grande maioria sente vergonha por não conseguir pronunciar as palavras, tendo em vista que a sonoridade entre idiomas é muito diferente, o que consequentemente traz a dificuldade na pronúncia e inibe a conversa. Mas aos poucos, conseguimos ir vencendo a barreira da timidez e ensinar o básico de um novo idioma a eles”, destacou a professora Elaine.

Ao realizar a cerimônia de certificação dos alunos, o reitor do IFAM, Antonio Venâncio Castelo Branco, destacou que os valores do instituto perpassam pelo respeito à diversidade, na acessibilidade e na inclusão social. “Nossa missão enquanto instituição de ensino é promover com excelência a Educação, Ciência e Tecnologia no Amazonas, principalmente, nas comunidades mais longínquas. Os estudantes indígenas acabam sempre surpreendendo pela dedicação e interesse nas aulas. É gratificante chegar ao final do curso e certificá-los, pois saímos com o sentimento do dever cumprido e com a certeza de que eles irão multiplicar o conhecimento nas comunidades”, disse ele sobre as oportunidades que o IFAM

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