O presidente de Cuba, Raul Castro, aproveitou a terceira cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) para detalhar nesta quarta-feira (28) a posição de seu país nas negociações com os Estados Unidos. Na semana passada, representantes dos dois países reuniram-se em Havana para reestabelecer relações após 50 anos de guerra fria. Segundo Castro, isso só será possível se o governo norte-americano colocar um fim ao embargo que impôs à ilha há meio século.
“O bloqueio econômico, comercial e financeiro – que provoca enormes danos humanos e econômicos e viola o direito internacional – deve cessar”, disse Castro, em discurso aos lideres de outros 32 paises. O presidente cubano também exigiu “a devolução do território indevidamente ocupado pela Base Naval de Guantánamo” e a “justa compensação ao povo [de Cuba] pelos danos” que sofreu pelo embargo norte-americano.
Sem um compromisso maior, disse Castro, a iniciativa do presidente Barack Obama – anunciada no dia 17 de dezembro e aplaudida pelos governos da região – “perde sentido”. A Celac vai aprovar um documento pedindo o final do bloqueio a Cuba.
O bloco – que reúne todos os países das Américas, com exceção dos Estados Unidos e Canadá – nasceu como uma alternativa à Organizacao de Estados Americanos (OEA), da qual Cuba não faz parte, embora o governo cubano tenha sido convidado para participar da próxima Cúpula das Américas, reunião da OEA que ocorrerá no Panamá em abril.