Em decisão histórica, o Reino Unido optou por deixar a União Europeia (UE) em referendo realizado na quinta-feira. Com 52% dos votos, os britânicos votaram pelo ‘brexit’, a saída do bloco, contra 48% para a permanência na UE.
Faltando a apuração de apenas 12 das 382 zonas que compõem o mapa eleitoral, a saída já vencia com vantagem superior a 1 milhão de votos – mais de 16 milhões de pessoas favoráveis ao ‘brexit’.
Após sua entrada na UE em 1973, quando então o bloco era conhecido como Comunidade Econômica Europeia (UEE), o Reino Unido decidiu romper os laços com Bruxelas, com repercussões para toda a Europa.
O líder do Partido pela Independência do Reino Unido (UKIP), Nigel Farage, qualificou a data de hoje como “o dia da independência”, e afirmou que se trata do triunfo de gente “decente” que se enfrentou grandes corporações e os bancos, que pediam a permanência britânica na UE. O político afirmou que o povo britânico conseguiu se livrar da UE sem “disparar nenhuma bala”.
Renúncia – Segundo os analistas políticos, a situação do primeiro-ministro britânico, David Cameron, pode ficar insustentável após convocar o referendo e pedir que a população que apoiasse a permanência do país no bloco europeu. Ao prometer a consulta popular caso vencesse as eleições gerais de 2015, o líder do Partido Conservador colocou seu próprio cargo para voto.
A pressão separatista e a insistência por um referendo permeiam a relação do Reino Unido com UE desde a década de 90. O ponto máximo das tensões se deu quando as crises econômica e migratória atingiram o continente nos últimos anos. Cameron, que buscava uma reeleição em 2015, tentava pacificar o Partido Conservador – dividido entre permanência e saída – e encontrou na promessa de um referendo sua maior chance de sucesso. “É o momento de o povo britânico ter voz sobre o assunto”, confirmou no ano passado, sem esperar que a possibilidade de uma derrota fosse tão real.
O avanço do “brexit” gerou nervosismo nos mercados internacionais om uma forte queda na libra, mais de 8% em relação ao dólar.EFE