PODER 360 – Durante viagem à Argentina, o presidente Jair Bolsonaro reconheceu que a criação de uma moeda única entre os países –chamada de “peso-real”– poderia ser mais benéfica aos argentinos que aos brasileiros. Ponderou, porém, que a relação entre os vizinhos é como 1 “casamento”: “Não há dúvida que em todo casamento alguém perde alguma coisa e ganha outras. Eu sou pelo casamento, eu sou pela família tradicional”.
Não foi a primeira vez. É comum Bolsonaro recorrer a metáforas com casamento e namoro.
No início de janeiro, o chefe do Executivo disse que aumentaria o IOF e diminuiria a alíquota do Imposto de Renda, o que não foi acordado com o ministro Paulo Guedes (Economia). O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, teve que desmentir publicamente o presidente da República.
Bolsonaro, então, tentou amenizar a confusão causada por sua própria declaração, citando a amizade que tem com Guedes como 1 “namoro no bom sentido”. “Tenho certeza, sem qualquer demérito, que eu conheço um pouco mais de política que Paulo Guedes, e ele conhece muito mais de economia do que eu”, explicou.
BRIGA DE CASAL
No final de março, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e Bolsonaro trocaram algumas farpas publicamente, sinalizando uma possível crise na articulação com o Congresso para a aprovação da reforma da Previdência. Maia teria chegado a ligar para Paulo Guedes avisando que deixaria as negociações para fazer avançar a proposta na Casa.
Questionado sobre como resolveria a situação, mais 1 vez o presidente buscou a resposta nos relacionamentos amorosos:
“Só conversando. Você nunca teve uma namorada? E quando ela quis ir embora o que você fez para ela voltar, não conversou? Estou à disposição para conversar com o Rodrigo Maia, sem problema nenhum”.
Na saída de 1 almoço com o ministro do TCU Walton Alencar, em 27 de abril, Bolsonaro voltou a falar do seu “namoro” com o presidente da Câmara, também presente na reunião.
“Foi uma conversa muito boa, tranquila com Rodrigo Maia. Estou namorando o Rodrigo Maia. Conversa maravilhosa com ele”, descreveu ao ser perguntado sobre como tinha sido o encontro.
DIVÓRCIO PREMATURO
Acusado de participar de 1 esquema de desvio de dinheiro envolvendo candidaturas-laranja, Gustavo Bebianno foi exonerado do comando da Secretaria-Geral da Presidência após uma crise com Carlos Bolsonaro, filho do presidente. O vereador do Rio de Janeiro acusou o, então ministro de mentir ao dizer que havia falado com seu pai.
Dessa vez o chefe do executivo comparou a demissão com o fim de 1 casamento. “Não poderia ter tomado outra decisão. É quase 1 casamento que, infelizmente, prematuramente se desfez”, lamentou o pesselista.
PATRÕES E EMPREGADOS
Bolsonaro, que, a propósito, está no 3º casamento, também comparou a relação entre patrão e empregado ao matrimônio: “É como um casamento, se tem excesso de ciúmes não dá certo”, explicou durante sua primeira entrevista ao SBT como presidente.
A fala foi a forma que o chefe do Executivo Federal achou para falar de direitos trabalhistas. “A mão de obra do Brasil é muito cara. É pouco para quem recebe e muito para quem paga”.