Resultado das investigações sobre a queda do avião da Chapecoense deve sair até o fim de dezembro

O secretário de Segurança Aérea da Colômbia, coronel Freddy Augusto Bonilla Herrera, afirmou nesta sexta-feira à reportagem do Diário Catarinense que até a última semana de dezembro deverá ter em mãos o resultado das investigações sobre a queda do avião da Lamia que transportava a equipe da Chapecoense à Medellín.

As duas caixas pretas do avião, recolhidas em perfeito estado na tarde de terça-feira, estão a caminho da Inglaterra para serem periciadas pelo Escritório Oficial de Investigação de Acidentes Aéreos (AAIB) do país europeu. Lá, os técnicos vão analisar os dados de voo e de voz registrados na cabine do Avro RJ-85. Nelas, espera-se recuperar diálogos entre a torre de controle, piloto e copiloto, altitude e pressão, velocidade e quantidade de combustível, por exemplo.

A divulgação do plano de voo autorizado pela Administração de Aeroportos e Seviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia (Aasana) em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), na quinta-feira, não interfere diretamente no andamento do inquérito das autoridades colombianas, segundo Bonilla. Mas há uma contradição.

Ele afirma que a rota comunicada pelos pilotos da Lamia às autoridades colombianas informava uma parada técnica para abastecimento na cidade de Cobija, norte da Bolívia e fronteira com o Acre, apesar de o documento assinado e submetido no aeroporto de origem indicar uma rota direta ao aeroporto José Maria Córdova, em Rio Negro, região metropolitana de Medellín.

Como se esperava que as autoridades bolivianas obrigassem o piloto a cumprir essa parada, a Colômbia autorizou a entrada no espaço aéreo do país para pousar em Rio Negro.

– A autoridade boliviana, nesse caso, da origem, nos manda uma certificação de que está tudo bem. Nós recebemos essa certificação e o plano de voo. Quando eles chegam ao espaço aéreo colombiano, supomos que eles estivessem fazendo o que está na autorização. Agora, na investigação, vamos determinar se fizeram dessa maneira ou não – explica Bonilla.

O grupo de investigadores vai cobrar das autoridades bolivianas a prova de que o avião teria parado em Cobija. Segundo o coronel, as investigações dirão se a Bolívia também deve ser responsabilizada pelo acidente.

Segundo o plano de voo da Lamia autorizado por uma funcionária do Aasana, em Santa Cruz de la Sierra, a rota não previa paradas para reabastecimento e o tempo de voo previsto era exatamente o máximo de tempo de autonomia do combustível: 4h22min. Segundo especialistas em aviação, o mínimo de combustível para o trecho Santa Cruz de la Sierra – Rio Negro (Medellín), de 2.975 quilômetros, deveria ter uma autonomia de 5h20min, segundo as normas internacionais, para não ter a necessidade de parar no meio do caminho.

Na quinta-feira, o governo colombiano afastou funcionários e diretores da Aasana, DGAC e Celia Castedo, que assinou a liberação do plano de voo da Lamia e permitiu a decolagem.

Fonte: Zero Hora

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