No segundo dia da passagem da Tocha Olímpica Rio 2016 pelo Amazonas, a chama símbolo dos jogos mundiais deu início à rota fluvial pelo rio Negro, onde passou por vários pontos turísticos do Estado, saindo do píer do Tropical Hotel, por volta de 10h.
O comboio seguiu em direção ao flutuante do Boto Vermelho, projeto do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônica (Inpa), onde teve um momento de interação com os botos. O condutor David de Souza, que cuida dos animais, foi o responsável por carregar a tocha dentro do rio, nadando lado a lado com o símbolo da fauna amazonense.
Em seguida, duas comunidades indígenas, da etnia Dessana, receberam a visitação da tocha, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé. O local, que tem projetos ambientais desenvolvidos pela Prefeitura de Manaus, foi escolhido por ser um dos pontos turísticos mais visitados no entorno de Manaus.
Na primeira, o cacique Domingos Veloso Vaz foi o responsável por receber a Chama Olímpica junto à comunidade. Uma pequena celebração em homenagem ao fogo, símbolo universal de vários povos, foi realizada. Comunitários, ribeirinhos e outros indígenas, que vivem no local, presenciaram com grande curiosidade o evento histórico.
Na segunda parada da Tocha na RDS do Tupé, o cacique Raimundo Kissibi Kumu Vaz, 68, conhecido como “Raimundo Pajé”, recebeu a tocha e repassou-a ao filho, Reginaldo Fortes Vaz, como símbolo de continuidade de seu legado xamânico. A celebração reuniu, ainda, mulheres Dessanas que ofertaram frutos ao Símbolo Olímpico como forma de agradecimento pela visita.
A celebração, que teve duração de quase 15 minutos, ocorreu dentro da Mata, a dois quilômetros da praia, aproximadamente. O local, denominado Floresta Cultural Herisaro é considerado sagrado pelos indígenas da RDS. Uma oca foi construída para servir de berço das tradições xamânicas, não apenas da língua, danças e costumes.