Rolo compressor é retirado de rio onde ponte desabou no Amazonas

O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) retirou o trator rolo compressor, que estava submerso no Rio Curuçá, na BR-319, onde uma ponte desabou há uma semana. Acidente deixou quatro mortos, 14 feridos e, pelo menos, um desaparecido.

A retirada do rolo compressor ocorreu na quarta-feira (5). O Governo do Amazonas informou, nesta quinta-feira (6), que os bombeiros utilizaram dois cabos de aço, puxados por tratores, para fazer o içamento do veículo.

Nesta quinta, oitavo dia de buscas, as equipes se tentam localizar uma vítima que continua desaparecida. No total, oito mergulhadores, sendo seis do Corpo de Bombeiros e dois da Marinha do Brasil, atuam nas buscas.

As equipes também se concentram na retirada de uma carreta que carregava cimento. O veículo está no fundo do rio. Desde o dia do acidente, 28 de outubro, nove veículos foram içados do Rio Curuçá.

Ponte situada na BR-319, no Amazonas, desabou no dia 28 de outubro — Foto: William Duarte / Rede Amazônica

Vítimas

Quatro pessoas morreram e 14 ficaram feridas no acidente. Segundo o Governo do Estado, 13 já receberam alta e um homem de 60 anos segue internado no Hospital e Pronto Socorro Platão Araújo, na Zona Leste de Manaus.

Entenda o caso

O acidente aconteceu no km 25 da BR-319, por volta de 8h de quarta-feira da semana passada (28). Parte da pista já havia sido interditada parcialmente na segunda-feira, após começar a ceder. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) só veículos leves estavam autorizados a transitar no local.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também informou que, por orientação do próprio Dnit, havia interditado parcialmente a ponte, no dia 26 de outubro, por causa de más condições na estrutura. Desde então, somente veículos leves podiam circular por lá.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que pessoas saem da água, após a tragédia. Os feridos foram socorridos pela população e encaminhados para unidades de saúde do Careiro e, posteriormente para Manaus.

Três pessoas, sendo dois homens e uma mulher, morreram. A primeira vítima identificada foi Maria Viana Cordeiro, de 66 anos, servidora aposentada da Prefeitura de Manaus. Maria trabalhava na Casa Civil da administração municipal. Em nota, o prefeito de Manaus, David Almeida, lamentou a morte da ex-servidora.

A segunda vítima identificada foi o motorista Marcos Rodrigues Feitosa, de 39 anos. Segundo a esposa dele, Rainelma Gama, o homem fazia o trajeto de uma a três vezes por semana e trabalhava para uma empresa de distribuição de alimentos.

O cirurgião-dentista Rômulo Augusto de Morais Pereira, de 36 anos, é a terceira vítima identificada da tragédia. Rômulo atuava em Manaus e em Autazes, município que fica às margens da BR-319. Há dois anos, ele ia para a Comunidade Novo Céu, que fica na Zona Rural do Município, semanalmente. Ele saía às quartas-feiras para atender os pacientes e voltava às quintas.

O comandante-geral da corporação, Orleilson Muniz, disse que ainda não há como precisar o número de desaparecidos. No entanto, segundo moradores e testemunhas do acidente, há entre oito e 15 desaparecidos.

Depois do desabamento, 14 pessoas foram internadas no Careiro da Várzea e em Manaus. O Governo do Amazonas informou que 13 delas já receberam alta.

A BR-319 tem mais de 800 km de comprimento e liga a capital, Manaus, a Porto Velho (RO). A rodovia é a única ligação terrestre do Amazonas com o restante do país.

A Ponte Curuçá fica a 15 km da margem do Rio Amazonas. Para chegar a este ponto, é necessário pegar uma balsa na outra margem do rio, na altura do bairro Distrito Industrial, em Manaus. A travessia dura cerca de 45 minutos.

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