São Paulo e Vasco erram muito e só empatam no Morumbi

São Paulo e Vasco querem testar a paciência de seus torcedores a cada dia, seja dentro ou fora do campo. Neste domingo, no Morumbi, apenas mais uma prova disso, no quinto jogo entre as equipes no ano.

Com erros inaceitáveis dos ambos os lados, o empate em 2 a 2 foi como uma sentença judicial. Não haveria outro placar melhor, que deixa as duas equipes em situações complicadas nas suas pretensões no Campeonato Brasileiro.

Parte desse cenário se deve a Doriva. Ele passou seis meses como técnico do Vasco e saiu após o desastroso início no Campeonato Brasileiro. Deixou por lá o título estadual. Conhece mais o time carioca do que o São Paulo, que assumiu há dois jogos. Mas esse conhecimento do adversário não foi suficiente. Muito por falta de ousadia de quem assumiu um trabalho que foi montado para jogar para frente.

O Vasco teve o jogo ganho até os 42 do segundo tempo, quando saiu o gol de empate, de Rodrigo Caio. Até então recebia um prêmio por ser mais ousado e, favorecido pela expulsão do lateral-esquerdo Matheus Reis, não abriu mão do ataque em nenhum momento. Tudo bem que a situação do Vasco é mais crítica no campeonato, portanto com necessidades mais urgentes, mas o São Paulo briga na frente no Brasileiro por um jogo ofensivo, uma filosofia do técnico Juan Carlos Osorio, antecessor de Doriva.

E olha que o São Paulo saiu na frente com apenas um minuto de jogo, quando Luis Fabiano, ao aproveitar falha do zagueiro Rodrigo, estendeu o tapete vermelho para o Tricolor tentar outro passeio sobre os vascaínos no ano: venceu por 4 a 0, no Brasileiro, e 3 a 0, na Copa do Brasil. Mas a “sorte” da terceira camisa, que estreou ontem, parou por aí. Até o gol de Rodrigo Caio no fim do jogo, o São Paulo não assustou mais o Vasco como deveria, por ser mandante, ter melhor time, melhor elenco, estar melhor no campeonato…

O Vasco tomou as iniciativas após o gol relâmpago por clara necessidade, mas porque o São Paulo permitia. Retraído em seu campo, o Tricolor aguardava a chance de contra-atacar e matar o adversário. Oposto ao estilo de Osorio, de propor o jogo e esmagar o rival na frente.

As chances para contragolpear até apareceram, mas o êxito foi muito pouco, por diferentes motivos.

O lance que interferiu profundamente na história aconteceu aos 43 minutos do primeiro tempo. O lateral-esquerdo Matheus Reis tentou cortar cruzamento da direita, mas o árbitro assinalou pênalti, alegando toque de mão. A reclamação dos são-paulinos contrastou com a alegria dos vascaínos, quando Nenê converteu e empatou a partida.
Pronto. A partir daí, quem tinha tapete estendido era o Vasco, sobretudo porque Doriva abriu mão de um atacante para restabelecer sua postura tática, com Reinaldo no lugar do combativo Rogério. O efeito foi desastroso. O Vasco cresceu ainda mais e colecionou chances.
Em uma delas, após cobrança de escanteio da esquerda, Rodrigo, que havia falhado, se redimiu e marcou de cabeça. Foi o segundo gol sofrido pelo São Paulo oriundo de escanteios desde que Doriva assumiu, sendo que com Osorio, sofreu um em 28 jogos. Um presente para o Vasco, que se agigantava no jogo.

A partir daí, as chances cruzmaltinas continuaram, teve bola na trave, defesas de Ceni e a vitória cada vez mais perto. O São Paulo já estava desmontado, com a tática do fim de feira, sem posicionamento algum, quando Centurión achou Rodrigo Caio livre dentro da área.

O volante encostou para as redes e fez justiça a um jogo em que os dois times abusaram. O Vasco, depois de construir tal cenário, não podia perder. E o São Paulo bem mereceu o castigo por ter sido tão cauteloso em casa.

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